P. HIMALAYA



Conferência

Reconstrução do Pyrheliophero do Padre Himalaya em Sorède - Pirinéus Orientais - França

por Jean-Jacques Serra

19 de Janeiro de 2016, pelas 16:00 horas
Local: Instituto Superior de Engenharia do Porto - ISEP


Jean-Jacques Serra é membro da Comissão Científica da "Association Les Amis du Padre Himalaya de Sorede" e ex-Diretor do Forno Solar Militar de Odeillo.
Doutorado em Física foi chefe da DGA (Direção Geral do Armamento - Ministério da Defesa em França) e diretor do Forno Solar Militar de Odeillo, nos Pirinéus Orientais.
Especialista nesta área, irá apresentar uma descrição pormenorizada do Pyrheliophero do Padre Himalaya, nas suas componentes técnicas e na sua conceção.
Apresentação em francês ou inglês

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O Padre Himalaya na Imprensa Regional


Aqui ficam alguns ecos da imprensa regional, nomeadamente de Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira, Ponte de Lima e Arcos de Valdevez, acerca do Padre Himalaya e dos seus inventos, graças à recolha feita pela D. Fernanda Ranhada do Arquivo Distrital de Viana do Castelo, facultada pela diretora do Arquivo. 
Agradecemos desde já o apoio de todo o pessoal do Arquivo Distrital de Viana do Castelo pela sua disponibilidade nesta pesquisa.

Jornal A Cruz, Viana do Castelo, 06.10.1904


Jornal A Cruz, Viana do Castelo, 06.02.1906

Jornal A Cruz, Viana do Castelo, 27.09.1906

Jornal A Cruz, Viana do Castelo, 27.09.1906

Jornal A Cruz, Viana do Castelo, 14.10.1906

Jornal A Cruz, Viana do Castelo, 14.10.1906

Jornal A Cruz, Viana do Castelo, 16.06.1907

Jornal Popular, Viana do Castelo, 30.01.1910

Jornal Aurora do Lima, Viana do Castelo, 22.12.1933

Jornal Aurora do Lima, Viana do Castelo, 22.12.1933

Jornal Aurora do Lima, Viana do Castelo, 22.12.1933

Jornal Aurora do Lima, Viana do Castelo, 22.12.1933

Jornal Notícias de Viana, Viana do Castelo, 12.01.1984

Jornal Notícias de Viana, Viana do Castelo, 12.01.1984

Jornal Notícias de Viana, Viana do Castelo, 12.01.1984

Jornal Notícias de Viana, Viana do Castelo, 12.01.1984

Jornal Notícias de Viana, Viana do Castelo, 23.05.1996

Jornal Notícias de Viana, Viana do Castelo, 23.05.1996

Jornal Amanhecer das Neves, Vila de Punhe-Barroselas, Novembro 1996

Jornal Falcão do Minho, Viana do Castelo, 29.01.1998

Jornal Falcão do Minho, Viana do Castelo, 29.01.1998

Jornal Falcão do Minho, Viana do Castelo, 05.02.1998

Jornal Falcão do Minho, Viana do Castelo, 12.02.1998

Jornal Falcão do Minho, Viana do Castelo, 19.02.1998

Jornal Falcão do Minho, Viana do Castelo, 26.02.1998

Jornal O Vianense,29.02.2000

Jornal Falcão do Minho, Viana do Castelo, Março 2000

Jornal O Caminhense, 10.03.2000

Semanário O Cardeal Saraiva, 28.07.2000

Jornal Correio do Minho, 16.10.2000

Jornal Notícias de Viana, 19.10.2000

Semanário O Cardeal Saraiva, 27.10.2000

Jornal Correio do Minho, 07.04.2001

Jornal O Caminhense, 20.04.2001

Jornal Mirante de Gondarém, Abril 2001

Jornal Correio do Minho, 26.08.2001
Semanário Cardeal Saraiva, 31.08.2001
Jornal Correio de Cerveira, 20.09.2001

Jornal Correio de Cerveira, 20.09.2001

Jornal Correio de Cerveira, 20.09.2001

Jornal Falcão do Minho, 27.09.2001

Jornal Falcão do Minho, 18.10.2001

Jornal Falcão do Minho, 08.11.2001

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Documentário do Padre Himalaya do realizador Jorge Paixão da Costa produzido pela UKBAR Filmes


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Fotos de 4 de Novembro de 2015, no Mas del Ca - Sorède - com a equipa da Associação Les Amis du Padre Himalaya de Sorède, na montagem e calibragem dos espelhos do Pyrheliophero de Sorède - cópia do Pyrheliophero de 1900 construído pelo Padre Himalaya em Sorède - Castel d'Ultrera.

































































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Plataforma Padre Himalaya vai ter projeto de arquitetura para candidatar a fundos comunitários



Arquivo: Edição de 04-06-2015
SECÇÃO: CONCELHO

Plataforma Padre Himalaya vai ter projeto de arquitetura para candidatar a fundos comunitários

Foi dado o primeiro passo para a criação da futura Plataforma Padre Himalaya. Câmara Municipal de Arcos de Valdevez emitiu parecer prévio favorável (vinculativo) à abertura do projeto de arquitetura e especialidades dos edifícios do Cineteatro Alameda e do antigo liceu para aí instalar, respetivamente, um Centro para a Ecocidadania e uma Oficina da Criatividade. Objetivo da maioria social-democrata é acelerar o projeto de arquitetura para – caso surja a oportunidade de concorrer ao novo Quadro Comunitário de Apoio (QCA) – aproveitar esta “janela” com o intuito de criar a referida Plataforma Padre Himalaya. Mas os vereadores do PS votaram contra e reclamaram um “bom planeamento” para medir rentabilidade do projeto.
Em causa está a possibilidade de requalificar, adaptar e integrar os dois imóveis em torno de Manuel António Gomes, conhecido por padre Himalaya, considerando o papel que esta figura do concelho “desenvolveu em áreas como as energias renováveis, a ecocidadania, a ciência aplicada, a botânica e a gastronomia”, frisa o edil João Manuel Esteves.

foto
O espaço referente ao antigo liceu (R. Dr. Félix Alves Pereira), aproveitando as valências que já existem (aí funciona, por exemplo, o Conservatório de Música e Dança), poderá, segundo Nuno Soares, vir a ser “dedicado à experimentação” (tecnologia solar), “ao conhecimento” e “à divulgação da ciência” – espécie de oficina, inspirada na vida e na obra do visionário de Cendufe. Este espaço, para o qual está previsto um investimento mínimo de 1 milhão de euros, deverá ser agrupado no projeto que está a ser desenvolvido no âmbito dos espaços verdes.
O segundo imóvel, que se pretende “complementar”, a funcionar no Cineteatro Alameda, vai, caso o projeto avance, albergar o anunciado Centro para a Ecocidadania, aliando a anterior funcionalidade de organização de eventos à versatilidade e capacidade técnica de “remoção” dos lugares sentados para rentabilizar o espaço. Para esta intervenção, está projetado um investimento máximo de 2 milhões de euros.
Com a finalidade de perpetuar a memória do padre Himalaya, “cidadão do mundo”, como a ele se refere Nuno Soares, vão ser feitas interligações com outros espaços/elementos (Casa da Costa, Fonte Santa, escultura de Eduardo Tavares e estátua inaugurada em 2013), além de parcerias que já estão em curso, nomeadamente com o estudioso Jacinto Rodrigues, que é “o alicerce e a base de reflexão de todo o projeto”, salienta o diretor da Casa das Artes.
A requalificação dos dois imóveis poderá, acreditam os promotores, ter cabimento no novo QCA e, por isso, a iniciativa vai ser integrada – prioritariamente – na área do ambiente.


“3 milhões de euros? Muito dinheiro!”,
diz o PS
“Apesar de Himalaya ser uma grande figura”, segundo o PS, “é um erro avançar com este projeto”, que agrupa os dois imóveis, sem fazer “muitos estudos prévios para certificar a sua exequibilidade e rentabilidade”. Devido à “exiguidade de recursos”, Fernando Cabodeira e José Albano Domingues recomendaram por isso que o “projeto ficasse cingido à antiga escola”.
O vereador do CDS-PP, que votou a favor da proposta do Executivo, sem embargo de colocar algumas objeções, aprova a reabilitação do Cineteatro Alameda, se esta for para “corrigir as anteriores intervenções horrorosas que sacrificaram” o imóvel. De resto, Fernando Fonseca reclamou a abertura de um “concurso de ideias” e sugeriu a introdução de “espaços temáticos” (água, sol, medicina e gastronomia) com o objetivo de implementar um “bom programa”.

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O padre cientista que é estudado
nas universidades fora de Portugal
O padre Himalaya integra o plano curricular de vários cursos ligados ao Ambiente e à Ecocidadania em reputadas universidades norte-americanas e canadianas. Visionário em áreas como a energia solar, entre as várias invenções que lhe são atribuídas contam-se os explosivos e as inovadoras teorias de irrigação.




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«Ecologia, Arquitetura, Energia, Construção» 

Debate - Tertúlia integrado no Ciclo "40 anos de Ecologia a 

partir do Porto" na Fundação Escultor José Rodrigues

23 Maio 2015

Nesta sessão de 40 anos de ecologia no Porto, debateu-se e refletiu-se sobre como a história, a cultura e a tradição podem fazer a ponte entre o passado e o presente para continuar a construir o futuro! 
O arquiteto Carlos Fonseca trouxe-nos a sua experiência com a Arquitectura Sensível, a arquiteta Joana Gonçalves partilhou connosco o seu trabalho de investigação sobre a construção tradicional das quintas da Terra Fria Transmontana e o Professor Jacinto Rodrigues focou, na biografia do P. Himalaya, os aspetos ecológicos e ecosóficos extremamente atuais e que são um dos fios condutores da sua investigação em Portugal desde há 40 anos, primeiro na ESBAP (atual FBAUP) e depois na FAUP.
Na 2ª parte da intervenção Jacinto Rodrigues falou sobre a experiência pedagógica e ecológica na ESBAP, GAIEP, ´Cooperativa ÁRVORE, FAUP, CEAUP, CE.DO e que pode ser consultada neste blogue, no separador Ecologia.














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A Formidável história do Padre Himalaya 

(clicar no título para aceder à entrevista)

Entrevista da TSF com o jornalista Fernando Alves - Abril-Maio 2015



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Outubro de 2014

Revista digital Mátria, nº 2 - Outubro 2014

Agosto de 2014

Casa Museu José Malhoa
Figueiró-dos-Vinhos






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Diário de Bordo da Viagem de Julho 2014

Sexta-feira - 4 de Julho
Participamos, integrados na comissão da Associação Les Amis du Padre Himalaya de Sorède, na
inauguração do Parque "Agri-Solaire" em Ortaffa, perto de Sorède. 
As imagens deste parque, que aqui reproduzimos, pertencem ao blogue Habitat Durable. 
Nesse blogue referem-se vários dados sobre esta eco-experiência que é a maior quinta agro-solar, no
Languedoc-Roussillon e que produz 35 milhões de KWh por ano.
Experiência promovida pelo presidente da câmara Raymond Pia: organização dum território ecosistémico
com o funcionamento simbiótico utilizando painéis solares e permitindo ao mesmo tempo agricultura biológica
com vinhas, abelhas e pastoreio de ovelhas da região.


















Sábado - 5 de Julho
Festa do Sol no Mas del Ca, Sorède.
Numerosos elementos da Associação "Les Amis du Padre Himalaya de Sorède" participaram na Festa do Sol, que incluiu um convívio com "méchoui" num ambiente educativo onde não faltaram diversos protótipos solares e também triciclos e carros movidos pela energia solar.























Segunda-feira - 7 de Julho
Palestra no Salão de Festas da Câmara Municipal de Sorède:
*Lundi 7 Juillet 2014 à la SALLE des FETES de Soréde
à partir de 17h00 :« Soirée Himalaya »
« INVITATION Tout Public»
Organisée par le Conseil d’Administration et la Commission Scientifique de l’association  
Invitation TOUT PUBLIC...Gratuit et Ouvert à tous,
Adhérents, non adhérents et vacanciers...

“Soirée  Himalaya :  Qui était Himalaya...avec la participation de notre ami, Professeur Emérite portugais Jacinto Rodrigues de l’Université de Porto. Projection du Film de 52 mn “A Utopia Do Padre Himalaya”, sous titrage en français suivi de l’INTERVENTION du Professeur Jacinto Rodrigues 
* Apéritif offert par l’association à l’issu de l’intervention et des questions – réponses en direct avec le Professeur Jacinto Rodigues.

                                   










PP Sorède - Jacinto Julho 2014

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Filme francês 1927 sobre o uso de explosivos na agricultura


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CENTRAL SOLAR NA SÉRVIA
Professor Dr. Vladan Petrovic

Esta central solar na Sérvia, é semelhante ao aparelho solar do P. Himalaya, patenteado em 1899 e que foi por ele construído em 1900, em Sorède, nos Pirinéus Orientais, França.





Este vídeo, de 14 minutos e com legendas em inglês, explica o funcionamento 
da máquina pelo próprio Prof. Dr. Vladan Petrovic.
Não sabemos, na realidade, se as inovações e novas aplicações deste aparelho 
são tão eficazes como o próprio investigador sérvio diz. Seria importante 
fazer-se um estudo deste novo aparelho para o avaliar objectivamente pois, 
a aceitar as afirmações contidas nos vários vídeos, este é um aparelho 
profundamente revolucionário e com uma grande eficácia.

JORNAL "NOTÍCIAS DOS ARCOS"
Janeiro 2014
"Arcos de Valdevez Uma Ecocidade
Escrita criativa em torno de um cenário futuro
Ano 2020"



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ARCOS DE VALDEVEZ: UMA ECOCIDADE. 

ESCRITA CRIATIVA EM TORNO DE UM CENÁRIO 

FUTURO - ANO 2020

Jacinto Rodrigues
Colab. Rosa Oliveira

METODOLOGIA
Este trabalho é o guião dum cenário que pretende definir apenas as linhas de força (mega trends) para a 
estratégia de ecodesenvolvimento para os Arcos de Valdevez e o seu concelho. A “imagem-desejo” do 
futuro que se pretende projetar.
Este texto ilustrado é semelhante a um “livro branco” habitual nos planos de urbanismo em alguns países. 
É feito em contexto imaginal e ilustrado com fotos, desenhos e fotos-montagem.
A metodologia baseia-se em Dieter Magnus, antecipando o esquema projetivo previsto. Estas imagens
futurantes permitem a discussão e participação de decisores e uma melhor compreensão dos projetos. 
Podem ainda vir a alargar um debate útil, para recolha de novas ideias e correções de pontos de vista menos
interessantes.
Estas visualizações são também um meio de apelar à participação das forças vivas cívicas e constituem o 
início de um “brainstorming” para novas ideias e propostas.
Aqui fica então este primeiro guião de um “cenário prospetivo” com vista à elaboração de futuros estudos
mais rigorosos. É como se fosse a imagem dos Arcos e do seu concelho, vista pelo olhar de MAG Himalaya,
observando à distância este evoluir da história de que o seu nome é o protótipo dos nossos próprios sonhos,
nos tempos de hoje.  


Arcos de Valdevez é hoje uma Ecocidade.
O rio, força essencial da natureza que dá vida a toda a várzea verdejante tinha, no passado, percalços na
fluidez das suas águas, ora estreitando-se ora formando redemoinhos no seu itinerário. Tornou-se agora um
rio de amplas margens que serpenteia em meandros calmos entre as margens floridas e de arvoredo, 
distendendo-se paralelamente a percursos pedonais. Esses percursos, que são o suporte terapêutico para 
os veraneantes, estão salpicados por pequenas piscinas de água onde jardins e relvados, povoados de 
pássaros e borboletas, propiciam musicalidades singulares e cores miríficas na paisagem terapêutica e 
meditativa.
Hortas municipais, pomares e jardins filtrantes completam esta zona envolvente à piscina antiga que se 
tornou agora numa zona balnear equipada com bioclimatização de água viva e renovada do rio. 
Esta área está integrada na praia de areias douradas. Banhistas mergulham nas águas límpidas e perfumadas 
do rio, que percorre leitos de jardins filtrantes. As águas, em redemoinhos tranquilos, descem em cascatas 
oxigenantes e vitalizantes feitas de belas esculturas, tal como em Bad Worishoffen onde o jovem Himalaya 
estudou naturopatia e hidroterapia com Sebastian Kneipp.
 
Os bairros novos da cidade estão integrados no tecido antigo da velha cidade histórica. Sente-se uma 
nostalgia naqueles lugares resplandecentes, com a ponte e os monumentos, ruas sinuosas e parques, que 
fazem sobressair a sua personalidade histórica. Também aqui o mundo da natureza envolve o novo casario, 
levando à cidade os benefícios duma natureza exuberante como nas experiências de Jarna, Singapura e da 
cidade solar de Linz onde uma arquitetura ecológica equipou os edifícios e os bairros com energia solar, 
geotermia, etc.
As principais empresas e indústrias estão articuladas numa simbiose de funções que possibilitam sinergias, 
proporcionando uma economia de esforços e de complementaridades, tal como a cidade dinamarquesa de 
Kalundborg.
O parque ecotecnológico Himalaya está também ligado à zona industrial da cidade. A Escola Profissional 
Cenfim é uma das peças chave na articulação do planeamento urbano com as necessidades ecotecnológicas. 
Assim, vários protótipos de energia renovável, baseados nos inventos de MAG Himalaya, têm sido 
executados por esta instituição. De referir ainda que esta Escola é sustentada por equipamentos de energias 
renováveis integrados no edifício, tornando-o assim num edifício exemplar e emblemático do uso de energias 
renováveis e da bioclimatização.
Também os transportes, na cidade e no concelho, apresentam inovações ecológicas excecionais. Os 
autocarros Himalayas (elétricos) circulam por entre as vias urbanas e regionais, levando comodamente a 
população a deslocar-se de forma não poluidora. Ciclovias e faixas pedonais complementam esta rede viária. 
É de assinalar também que se inaugurou recentemente, um hangar para dirigíveis solares que efetuarão viagens
entre diversas cidades e regiões. O turismo deste tipo de aeronaves existe em Friedrichshafen, junto ao lago 
Constança desde há décadas, onde uma frota de zepelins foi substituída por dirigíveis modernos.



Os múltiplos jardins úteis e agradáveis que se encontram distribuídos na estrutura urbana e na sua periferia 
são lugares aprazíveis e educativos pois aí se podem encontrar plantas aromáticas e medicinais, cuidadas 
pelos jovens das escolas e pelos seus professores, com a participação da municipalidade. Muitos desses 
jardins são nutricionais (frutas e legumes) e outros têm uma função mais depurativa, de jardins filtrantes, 
permitindo a limpeza de águas usadas para que o rio permaneça sempre com águas limpas.
Nesta viagem pretendemos analisar em pormenor o Instituto MAG Himalaya, principal objetivo desta nossa 
visita de estudo. Este Instituto foi responsável pelo ecourbanismo e pelo ecodesenvolvimento dos Arcos de 
Valdevez, que aqui relatamos e que se projetou também em toda a região.
Temos pois que nos dirigir a Cendufe onde nasceu MAG Himalaya a 9 de Dezembro de 1868. 
Para subir ao cocuruto da colina da aldeia, onde está alcandorada a casa que pertenceu à família deste 
notável arcoense, vai-se pela estrada Municipal 1311-2.

Ao sair da estrada Nacional 202, aparecem as indicações da Associação Sociocultural P. Himalaya, Igreja
de Cendufe e Instituto MAG Himalaya. Mais ou menos a meio da colina da estrada municipal alcança-se 
uma exuberante paisagem. Vislumbra-se a Serra da Peneda e do Soajo e em baixo o vale do Lima e do Vez. 
Por aí serpenteiam os rios e ribeiros sob o céu infinito onde, em filigrana, se recortam os perfis esplendorosos 
das serranias que, de longe, lembram paisagens miríficas do Antigo Testamento.
A Casa da Costa é atualmente o Instituto MAG Himalaya. Um solar construído em várias camadas 
consolidando uma obra que se prolonga entre os sécs. XVII e XVIII e que foi recuperado no séc. XXI.           
Pertenceu, ao que parece, a um general brasileiro que para ali foi viver em busca das suas origens locais. 
Retornou ao Brasil e por isso vendeu-a a um tal afidalgado Miguel Calheiros que, arrastado pelo vício 
da roleta, a vendeu, por sua vez, ao feitor Gomes António Fernandes, pai de Himalaya. Em 1891, quando 
Himalaya se tornou Padre, os pais acabavam de comprar a Casa da Costa graças ao pecúlio duma herança 
familiar.
A área edificada está envolvida por um terreno de cerca de 4 hectares. A aquisição deste espaço, em 2014,
 para o Instituto MAG Himalaya, fez-se através duma Régie Cooperativa entre a Municipalidade e a
Cooperativa de Habitação organizada pelos colaboradores ligados ao Instituto MAG Himalaya.
A parte patrimonial edificada pertence à Câmara Municipal e é a estrutura logística matricial do Instituto.
O edifício e o terreno, imediatamente próximo onde se encontra implantado o edifício, são propriedade 
camarária. Na sua entrada podemos ver eólicas de vários tipos, máquinas solares, painéis solares, 
colocados discretamente e integrados nos socalcos mais altaneiros expostos ao Sol, junto à estrada, 
formando assim um mini parque eco tecnológico de suporte energético aos edifícios.

Aqui visitamos também o forno solar multifuncional que apoia termicamente a panificação, a atividade 
agroalimentar, as cozinhas, lavandarias e estufa envidraçada onde existem espécies botânicas especiais.
Um jardim de aventuras está junto ao tanque de água e nas proximidades da entrada 
principal do Instituto onde as crianças podem brincar.
  

Vamos agora descrever as funções principais da logística incluída no edifício patrimonial onde se encontra o 
Instituto MAG Himalaya:
1.      Centro Multimédia. Neste Centro existe uma mediateca, um centro de documentação com
 livros, manuscritos e materiais audiovisuais e ainda uma sala polivalente, museológica, de exposições
e de reuniões. Neste Centro Multimédia existe também um ateliê para a edição de livros, filmes,
exposições, etc. Visitamos também o ateliê transdisciplinar para projetos de ecodesenvolvimento
onde vários planos foram executados para a região e para a ecocidade dos Arcos de Valdevez,
a partir dum ecoplaneamento que organizou os ecotransportes do Concelho, a sucessão de vários
jardins filtrantes que muito contribuíram para a excelente qualidade da água da região e permitiram
uma infraestrutura de lazer que se tornou simultaneamente de utilidade nutricional com bosques, pomares
 e hortas.
2.      Centro de Formação. Neste Centro existem várias salas e laboratórios. Este Centro tem um
papel fundamental na formação pessoal e social e também na aquisição de competências do
público-alvo (funcionários públicos, jovens, etc.). Por exemplo, jardineiros, técnicos e agentes de
saúde, necessitarão de uma formação ao nível da orientação estratégica sobre o desenvolvimento
ecologicamente sustentável e o funcionamento duma ecocidade. Só com um forte sentido ecológico
na formação se poderá contar com uma atividade cívica, consciente e empenhada em dar sentido a
uma nova cidadania que tem por base a defesa do interesse público e a cooperação. Enunciaremos
apenas alguns itens do currículo formativo sociocultural e da pedagogia ecologicamente sustentável
que estão registados nas fichas, livros e material audiovisual, editados pelo Centro Multimédia: Como
Trabalhar em Grupo, Como Fazer uma Monografia, Escrita Criativa, Cooperativismo, Teoria das
Múltiplas Inteligências, Arte e Movimento, Simbiose, Criática, Biónica, etc.[1] 
3.      Centro Agroalimentar. Este Centro, situado na cave do edifício, apoiado pela cozinha e anexos
e pela produção da quinta, produz refeições para a cantina e para venda na loja de produtos
naturais: compotas biológicas, pão Himalaya, elixires, vinhos biológicos, biscoitos tipo Favrichon, chás
biológicos, essências, etc.
4.      Centro Terapêutico. Esta área dedicada à saúde contém vários espaços dentro e fora do
edifício. No interior, as salas de massagem e fisioterapia, inalações de essências medicinais e banhos
terapêuticos. No exterior, o jardim dos cinco sentidos, uma estufa dedicada às plantas medicinais,
percursos de água, flowforms e tanques de hidroterapia Kneipp-Himalaya, constituem a parte do
Centro Terapêutico que se prolonga entre roteiros vários, desde a Fonte Santa, em Padreiro até
às margens do Vez, chegando até às praias fluviais de areias douradas.
5.      Ecoaldeia Himalaya. O terreno que constitui a quinta está ocupado com pomares e hortas
e também, junto aos inúmeros socalcos, com pequenas habitações individualizadas e integradas no
território da quinta onde vivem colaboradores e alunos do Instituto MAG Himalaya. Esta zona de
produção ecológica e também residencial é uma plataforma importante que usufrui dos serviços dos
vários Centros aí implantados.       
Instituto MAG Himalaya tem uma relação de proximidade com a Associação Sociocultural Padre
Himalaya de Cendufe, que está sediada na antiga Escola Primária, junto ao campo arqueológico – Castro
de Cendufe – donde parte uma rede de passeios pedestres que vão até ao rio Cabrão, atravessando
várzeas e colinas onde existem casas solarengas e casas rurais tradicionais.



Instituto MAG Himalaya tem relações estreitas com o projeto MIDAS implantado entre as freguesias 
de Cabrão e Cendufe. Aí, o Jardim Botânico e a presença da floresta Laurissilva, constituem uma 
fonte de investigação científica fundamental com relações à Universidade portuguesa e Internacional.

Todo este território é de grande interesse para o turismo natural, cultural e científico.
Estende-se por terras calcorreadas pelos pastores e pelos peregrinos que visitavam os lugares sagrados, nas 
serranias próximas à Nossa Senhora da Peneda.
Outros centros arqueológicos, druidas ou paleocristãos, assinalam ainda a via de Santiago ou as
peregrinações em torno de Prisciliano e quem sabe, até mesmo de Egéria.
Certo é que de Santiago de Cendufe partiam rotas para Compostela.

ORGANIGRAMA SIMBIÓTICO GLOBAL

  1. ÁGUA (Dêem-me uma alavanca, a água, e farei de um qualquer deserto uma terra fértil.)
      Plano Hidrológico:
                        Canais interligando os rios e albufeiras descentralizadas;
                        Elevação das águas através de carneiros hidráulicos;
      Energia das Marés e Energia das Ondas;
2.   ENERGIAS RENOVÁVEIS
      Patentes de aparelhos para energia solar;
3.    TERRA FÉRTIL
      Floresta Biodiversiva;
      Aproveitamento social de terrenos incultos;
      Uso de explosivos na agricultura;
      Compostagem proveniente de resíduos urbanos (patente);
      Uso de azotatos provenientes da aplicação da energia solar sobre o azoto do ar
(patente atualmente em estudo);
4.   SAÚDE E ALIMENTAÇÃO
      Naturopatia (Kneippismo, Fitoterapia, Iridologia, etc.);
      Dietética (regime crudívoro, pão especial, vegetarianismo, etc.)
5.   NOVAS TÉCNICAS
      Patentes de motores;
      Referência a aparelhos eólicos, hídricos, ar comprimido e gás pobre;
6.   PLANEAMENTO ECOLÓGICO
      Organização de cidades integradas entre o urbano e o rural
7.   ESCOLA E EDUCAÇÃO
      Formação em escolas de vida, escola-quinta, agroecologia, eco-tecnologia, eco-saúde e
eco-construção, etc.

CRONOGRAMA

Dezembro 2013:
Várias reuniões para a elaboração dos projetos de financiamento europeus, tendo em vista a concretização
do Instituto MAG Himalaya.

2014:
Organização dos primeiros trabalhos tendo em vista o termalismo da Fonte Santa e os percursos
hidroterapêuticos nos Arcos, junto ao rio Vez e à praia fluvial.

2020:
Construção dum hangar de dirigíveis que circularão entre diversas cidades e regiões.


[1] Ver Pedagogia Para Um Desenvolvimento Ecologicamente Sustentável, Ed. A.V., 2014.

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Comemoração do 145º Aniversário do 
Nascimento do Padre Himalaya
Cendufe - Arcos de Valdevez

Associação Sociocultural do Padre Himalaya 

No passado Domingo, 8 de Dezembro, a Associação Sociocultural do Padre Himalaya, em Cendufe,
comemorou o 145º aniversário do nascimento do Padre Himalaya.
O Professor Jacinto Rodrigues foi convidado.
Depois dum breve gesto simbólico no cemitério e do almoço organizado pela Associação, o Professor
Jacinto apresentou um powerpoint cujo tema foi "O Padre Himalaya e as Soluções para a Crise em
Portugal", demonstrando-se assim que o pensamento do Padre Himalaya é duma enorme atualidade.
Foram também passados vídeos da investigação feita ao longo de quase 20 anos, com testemunhos de
várias pessoas  sobre o Padre Himalaya.
A presença do Presidente da Câmara dos Arcos de Valdevez, Dr. João Manuel Esteves, neste encontro
comemorativo foi especialmente apreciada sobretudo pela tomada de posição clara e firme, no apoio às
atividades e aos projetos em torno do pensamento e da obra de MAG Himalaya.











O Professor Jacinto Rodrigues e vários familiares do Padre Himalaya











Homenagem ao Padre Himalaya no cemitério de Cendufe














































O Professor Jacinto Rodrigues apresentando alguns vídeos dos testemunhos de diversas pessoas, da investigação sobre o Padre Himalaya que já conta mais de 20 anos.


Apresentação pelo professor Jacinto Rodrigues do powerpoint "O Padre Himalaya e as Soluções para a Crise em Portugal"




 Dr. João Manuel Esteves, Presidente da Câmara, Elisa Silva, Presidente da Associação e o Professor Jacinto Rodrigues

Discurso de encerramento do Dr. João Manuel Esteves

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M.A.G. Himalaya e o Desenvolvimento Ecologicamente 

Sustentado - Projeto com Futuro

30 de Novembro 2013

Auditório do C.M.I.T. dos Arcos de Valdevez

Participação de:

Jacinto Rodrigues
Pedro Costa 
Alfredo Soares
Manuel Dias Branco

No dia 30 de Novembro realizou-se um encontro-debate no Auditório do Centro Municipal de Informações
Turísticas, integrado na visita que o Clube Unesco do Porto fez aos Arcos de Valdevez.






















































































































































O Professor Jacinto Rodrigues apresentou um powerpoint com o tema "Construir a Força Potencial do 
Arquétipo Cultural de MAG Himalaya" abordando os vários domínios de intervenção do Padre 
Himalaya na perspetiva dum projeto a ser realizado nesta região do Minho.
O Sociólogo Pedro Costa apresentou um powerpoint com as linhas de força da metodologia para a 
obtenção de fundos europeus para projetos de desenvolvimento ecologicamente sustentável.
O Engenheiro Alfredo Soares-Ferreira referiu a participação da Associação Engenho & Obra para a 
concretização deste projeto.
O Dr. Manuel Dias Branco falou sobre Sebastian Kneipp e a importância da naturopatia na obra do Padre 
Himalaya.
No final houve várias intervenções da plateia, constituindo um apelo à prossecução de outros encontros no 
futuro.   
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Inauguração do Monumento ao Padre Himalaya
e da Rotunda Padre Himalaya
3 de Agosto de 2013

Encontro na esplanada da Casa das Artes dos Arcos de Valdevez com o Presidente da Câmara, Dr. Francisco Araújo, a Vereadora Dra. Belmira Reis, o Escultor José Rodrigues e o Professor Jacinto Rodrigues.

Monumento ao Padre Himalaya da autoria do Escultor José Rodrigues

Inauguração do monumento com a presença do Escultor José Rodrigues e do irmão, Professor Jacinto Rodrigues

Monumento ao Padre Himalaya da autoria do Escultor José Rodrigues

Dr. Francisco Araújo, Professor Jacinto Rodrigues e Escultor José Rodrigues

Vice-Presidente Dr. João Manuel Esteves, Dr. Rui Viana, Presidente da Câmara Dr. Francisco Araújo, Professor Jacinto 
Rodrigues e Escultor José Rodrigues

Vice-Presidente Dr. João Manuel Esteves, Dr. Rui Viana, Presidente da Câmara Dr. Francisco Araújo, Professor 
Jacinto Rodrigues e Escultor José Rodrigues e Dr. Manuel Branco

Vice-Presidente Dr. João Manuel Esteves, Dr. Rui Viana, Presidente da Câmara Dr. Francisco Araújo, Professor 
Jacinto Rodrigues e Escultor José Rodrigues e Dr. Manuel Branco

Dr. Francisco Araújo, Dr. Rui Viana (familiar do Padre Himalaya) Professor Jacinto Rodrigues e Escultor José Rodrigues



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Jacinto Rodrigues

     
 























O Padre Himalaya foi, antes de tudo, um homem de pensamento ligado à problemática social e espiritual.
O seu pensamento espiritual foi, como disse D. Armindo, Bispo de Viana e do Porto, e ainda D. Manuel
Martins, Bispo Emérito de Setúbal, que esteve entre nós em 2004, nas comemorações do Centenário da
Exposição Universal de St. Louis, onde o P. Himalaya ganhou o “Grand Prize”, um precursor do Vaticano II.
Ele defendeu uma racionalidade experimental, uma ciência aberta à espiritualidade e uma espiritualidade aberta
à ciência.
Nós consideramos que ele foi até mais longe do que o Vaticano II pois defendeu a não obrigatoriedade do
celibato dos Padres. Talvez este novo Papa, Francisco I, possa vir a conceder esta proposta que já o
Padre Himalaya fez e que até hoje não teve aceitação na Instituição Eclesiástica, embora o movimento neste
sentido seja cada vez maior, dentro e fora da Igreja.
    A sua visão do mundo é já uma forma pré-ecológica que o tornou pioneiro desta conceção orgânica do
planeta e da abrangência aos ecossistemas e à biosfera em geral.
    Assim, o Padre Himalaya compreendeu, com uma profunda antecipação, as catástrofes que se avizinham
se prosseguirmos com o uso das energias fósseis e com uma atitude de poluição da nossa atividade produtiva.
    Na altura em que ele nos revela estes fenómenos do esgotamento e da contaminação, estávamos ainda no
início da revolução industrial.
   Desde essa altura porém, defendeu uma ecotecnologia baseada nas energias renováveis que pudessem
permitir a regeneração do organismo planetário.
     Daí as suas patentes de máquinas solares, daí a sua convicção de que a energia solar, do mar, do vento
e a hidráulica deveriam desenvolver uma nova sociedade sem se soçobrar no consumismo dum ilusório
progresso.
    Apercebeu-se também que o fenómeno da contaminação era um fator de risco da humanidade. Registou
por isso processos de reciclagem ligados a esgotos urbanos e desenvolveu uma nova agricultura em que a
floresta fosse a força matricial da produção rural.
    Daí a sua intervenção em movimentos que apelavam à arborização do País e simultaneamente a
intervenção institucional na criação de planos hidráulicos como fator essencial de distribuição descentralizada
da água no território português.
    Por outro lado, o Padre Himalaya foi sensível às questões da exclusão social desenvolvendo uma
atitude democrática de inclusão social, de cooperativismo generalizado que permitisse superar os mecanismos
concorrenciais do neo-liberalismo darwinista.
    Assim, diante da crise da economia portuguesa, escreveu em 1924, no seguimento de outros textos e
conferências sobre este assunto em anos anteriores, um livro inédito que se encontra nesta Antologia.
    Nesse livro, MAG Himalaya defende um estado social forte, democraticamente participado em que se
generalizam as cooperativas a nível local, regional e nacional num movimento que chamaríamos hoje de
modelo de desenvolvimento ecologicamente sustentável.
   Este modelo, baseado no desenvolvimento a partir das próprias forças do País, dava uma importância
fundamental ao capital natural do nosso país, rico em sol, mar, rios, vento e um clima que propicia uma
agricultura próspera e uma organização produtiva que, quando bem estruturada e apoiada por uma
rede de ecotecnologias bem assim como por uma irrigação descentralizada com albufeiras múltiplas
disseminadas no território, transformaria o País numa sociedade próspera, à escala humana.
     Esta Antologia contém, para além duma Introdução à vida e obra do Padre Himalaya, referências ao
impacto que as ideias e invenções do Padre Himalaya têm vindo a provocar, nos dias de hoje, rompendo
com o ostracismo a que este cientista e inventor foi votado no seu tempo.
Por isso, esta Antologia é, sobretudo, uma forma de dar lugar à palavra do Padre Himalaya nos dias de hoje
para as gerações do futuro. 

   
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Adaptação e Inovação, por Amand Darbon do Pyrheliophero de 

St. Louis do P. Himalaya



      Professor Amand Darbon -
      construtor do protótipo funcional do
      Pyrheliophero do P. Himalaya

Amand Darbon, o Professor de Física que esteve entre nós, em Julho de 2013, juntamente com Antoine
Sanchez e Jean-Jacques Serra, nas Comemorações dos 80 anos da morte do Padre Himalaya, na Casa das
Artes dos Arcos de Valdevez, realizou uma inovação no Pyrheliophero do Padre Himalaya que permite uma
construção mais barata desse aparelho em ferro que o Padre Himalaya realizou em 1904 assim como o
aumento de 20% em relação à temperatura obtida pelo P. Himalaya.
Esta importante inovação poderá vir a ter o maior interesse para a utilização industrial da energia solar,
nos nossos dias. O Professor Darbon continua as suas investigações no sentido de aprofundar as
ecotecnologias de que o Padre Himalaya foi precursor.















Fotos 1 a 4 - 21 de Dezembro às 12h
Foto 2
Foto 3
Foto 4
Foto 5 - 21 de Março ou 21 de Setembro às 12h
Fotos 6 e 7 - 21 de Junho às 12h
Foto 7
Foto 8 - 21 de Junho às 08h






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2013 - Comemoração dos 80 anos da morte do Padre Himalaya

Está prevista, em França, Pirinéus Orientais - Sorède, a construção dum protótipo funcional da primeira máquina solar que o Padre Himalaya construiu nessa aldeia do sul de França, em 1900.
Seria verdadeiramente interessante que pudéssemos levar a cabo um sonho que já tivemos, quando se realizou o primeiro fórum internacional sobre o Padre Himalaya nos Arcos de Valdevez. Nessa altura, em conversa com o Professor Collares Pereira, perguntamos-lhe quais seriam os custos e a viabilidade de se fazer um protótipo funcional, a partir dos desenhos e fotografias publicados no livro "A Conspiração Solar do Padre Himalaya" do pyrheliophero de St. Louis, USA, construído pelo Padre Himalaya em 1904.
Dada a enormidade dessa máquina solar, com 80 m2 de área espelhada, pensou-se na redução, à escala, para cerca de 25% dessa área. Depois de alguma reflexão, concluiu que essa máquina poderia ser feita no LNETI (Laboratório Nacional Engenharia e tecnologia Industrial, em Lisboa). E, com alguma bonomia, disse-nos ainda que não custaria muito mais do que um bom carro de luxo de um qualquer ministro!
Recordo ainda que, para um contacto mais sério, estabeleci um encontro formal entre o Professor Collares Pereira e o Presidente da Câmara dos Arcos de Valdevez, Dr. Francisco Araújo. Tudo isto se passou há cerca de 10 anos.
Passados estes anos todos o Professor Darbon, em França, construiu um protótipo funcional do 1º e do 2º Pyrhelióphero do Padre Himalaya. São réplicas com cerca de 1 metro de altura, que têm estado presentes em várias exposições e congressos, em particular nos congressos DERBI, sobre energias renováveis, em Perpignan, como aconteceu em Setembro de 2012.

DERBI 2009 - O Professor Amand Darbon e os 2 protótipos 

Estas réplicas, com um rigor excecional, funcionam totalmente, conseguindo obter temperaturas elevadas, através da energia solar.
Uma dessas réplicas, que corresponde ao aparelho solar de Sorède, irá servir de modelo para a réplica, em tamanho natural, prevista para o Parque do Padre Himalaya num terreno que a Câmara de Sorède já disponibilizou.
Daí que o 2º protótipo que o Professor Darbon construiu, baseado na documentação do Pyrheliophero do padre Himalaya, que ganhou o primeiro prémio em 1904 na Exposição Internacional de St. Louis, USA, seja agora um modelo rigoroso para a construção duma réplica, em Portugal, nomeadamente nos Arcos de Valdevez.
Há ainda a acrescentar a esse protótipo, um desenho realizado, na altura, pelo jovem engenheiro João Gabriel Silva, hoje Reitor da Universidade de Coimbra.

Jacinto Rodrigues

Protótipo do Pyrheliophero de St. Louis, realizado pelo Professor Amand Darbon.









Esquema de funcionamento do Pyrheliophero segundo o Professor João Gabriel Silva.


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14 de Outubro 2012 - Ecos da Festa da Ciência no 7º Congresso DERBI em Perpignan.


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«Homenagem ao Padre Himalaya – Viagem a Sorède e Perpignan em 2012 - 7º Congresso DERBI em Perpignan»

Jacinto Rodrigues

Parti para França em Outubro de 2012. Fui convidado pelo Antoine Sanchez, Presidente da Associação Les Amis du Padre Himalaya de Sorède, aldeia dos Pirinéus Orientais onde o Padre Himalaya realizou as suas primeiras experiências solares em Agosto de 1900, como referimos no último artigo que escrevi neste jornal, a 19 e 26 de Janeiro de 2012.
            Este nosso querido amigo, Antoine Sanchez, levou-nos a visitar o “cadran solaire” – relógio de sol – na Praça Himalaya, em Sorède, que está na fase final da sua construção. Acompanhou-nos o Presidente da Câmara de Sorède, Yves Porteix que já esteve também em Portugal, nos Arcos de Valdevez, aquando do I Congresso sobre o Padre Himalaya. Falou-nos desta obra a inaugurar brevemente e do futuro projeto para o Parque onde vai ser construído o forno solar do Padre Himalaya.



A propósito do relógio solar, trata-se de uma escultura original realizada por Marc-André, Doutor em Artes e Ciências. Pode-se ver o singular monumento no link:  
O filme assinala o movimento solar de 24h, em 24 segundos.
            Trata-se realmente de um relógio solar que é funcional. Assim, o eixo central ergue-se diante de uma malha de linhas inscritas numa parede branca que serve de mostrador ao ponto refletido pelo esguio pilar vermelho. É como se fosse o ponteiro simbólico dum relógio que axialmente divide a passagem da luz do sol. Marc-André conseguiu assim elaborar uma peça de arte que é, ao mesmo tempo um trabalho científico harmonioso e significativo.
            A praceta desta pequena vila de Sorède, onde Himalaya iniciou os trabalhos do forno solar, ficará para sempre assinalada pelo monumento majestoso e cuja proeza técnica e utilitária nos revela a importância do sol na vida dos homens.




             No dia 12 de Outubro realizou-se uma conferência no salão de festas de Sorède, organizada pela Associação Les Amis du Padre Himalaya. Esta conferência, “Dos Espelhos Ardentes ao Forno Solar”, realizada pelo Doutor Jean Jacques Serra tratou do desenvolvimento histórico da energia solar, referenciando o surgimento do forno solar do Padre Himalaya de 1900 como o início duma nova etapa nas experiências solares anteriores, conhecidas como espelhos ardentes mas cuja aplicação industrial estava longe de se realizar. Portanto, o nosso inventor português, o sábio Padre Himalaya foi o iniciador desta nova perspetiva industrial, podendo ser considerado como o inaugurador da nova etapa moderna da energia solar.
            Esta conferência foi notável pela quantidade de informações e pela clareza do conhecimento dispensado. Para dar uma breve ideia, vamos resumir em alguns pontos o desenvolvimento histórico dos temas abordados:
            . Em 215 a.C., Arquímedes teria conseguido, na mítica defesa de Siracusa, queimar a frota romana com o reflexo solar de um ou mais espelhos;
            . No ano 1000 d.C., Al-Hazem desenvolveu um sistema ótico com o qual obtinha temperaturas elevadas;
            . No séc. XIII, o monge Vitelium conseguiria desenvolver espelhos ainda mais eficazes;
            . Nos sécs. XVII e XVIII, Settala, Villette, o alemão von Tschirnhaus e ainda o naturalista francês Buffon, abriram as portas a uma era já mais industrializada;
            . A partir do séc. XIX, Mouchot e Piffre vão permitir a concretização do forno solar que o Padre Himalaya vai realizar em 1900. Este forno solar, com 5 metros de diâmetro e 260 espelhos, viria a atingir a temperatura de cerca de 2000 graus Celsius, seguindo-se o Pirhelióphero, de 1904, atingindo temperaturas de cerca de 3600 graus Celsius, ganhando o Gran Prix na Exposição Universal de St. Louis.
            O debate foi rico e abriu novas esperanças para o futuro das energias renováveis. Seguiu-se uma confraternização de todos os associados. Aí intervieram alguns dos amigos da Associação como Bernard Delfolie, Renné Pujoll, Dominique, Claire, Daniel Dany, Ericson, etc.
            O Doutor Jean Jacques Serra prevê brevemente uma nova palestra em que explicitará em detalhe as novas investigações que está a fazer sobre os fornos solares do padre Himalaya.

           Tive a ocasião de falar com o Doutor Jean Jacques Serra, Diretor do Forno Solar Militar de Odeillo, sobre a sua pesquisa dos textos manuscritos de Himalaya, que lhe forneci ao longo da nossa correspondência. Constatei que este eminente especialista assim como uma sua colaboradora, Dra. Nathanaelle Sonneck-Museux, especialista em química e biologia, consideraram esses manuscritos de grande importância pois permitem perceber o grau de conhecimentos e capacidade do Padre Himalaya no domínio da energia solar e da perspicaz intuição da utilização do azoto do ar transformado em azotatos através das altas temperaturas obtidas pelo forno solar, no uso de fertilizantes agrícolas.
            Durante esta minha estadia em Sorède, encontrei-me também com o Professor Amand Darbon que esteve presente, juntamente com Antoine Sanchez, no Congresso DERBI sobre energias renováveis, que se realiza todos os anos em Perpignan, graças à Câmara do Comércio e à empresa TECSOL dirigida por André Joffre, principal animador do projeto de Perpignan como cidade de energia positiva em 2014.
            O professor Darbon, que construiu os dois protótipos dos fornos solares de Himalaya (miniaturas que funcionam) tem escrito vários documentos sobre o Padre Himalaya que estão disponíveis no blogue da Associação Les Amis du Padre Himalaya:
            Nesta vintena de textos encontramos material do maior interesse para a compreensão desse trabalho que Himalaya realizou para projetar a energia solar como um novo advento possível para os dias de hoje. Assinalamos especialmente os pontos mais importantes em relação aos trabalhos do Padre Himalaya.
1.      O modelo reduzido do Prof. Amand Darbon, baseado no forno solar que Himalaya realizou em Sorède, tem um bom funcionamento;
2.      O forno do Padre Himalaya é um forno de concentração e não utiliza a luz difusa;
3.      O poder térmico deste forno pode estimar-se em 10KW;
4.    O Padre Himalaya quis evitar que os raios luminosos pudessem atravessar o sistema sem encontrar os espelhos, daí a forma de chapéu chinês que este forno tem;
5.   O Padre Himalaya apresenta o seu aparelho como um sistema ótico, isto é, uma lente metálica. Isto revela que conhecia o sistema das lentes assim como todas as formas de concentradores de espelhos (planos cónicos, hiperbólicos, elipsoidais e parabólicos).



       

Durante o 7º Congresso DERBI 2012, a Associação Les Amis du Padre Himalaya de Sorède, esteve mais uma vez presente. Além dos modelos reduzidos do Padre Himalaya, o Prof. Amand Darbon apresentou um carro solar que eu próprio experimentei dentro do Congresso e que foi uma verdadeira atração para os participantes do Congresso assim como para as centenas de crianças das escolas que vieram participar na Festa da Ciência que decorreu em simultâneo com a abertura ao público do DERBI 2012. Foi também apresentado, pelo prof. Amand Darbon, um protótipo melhorado duma eólica inovadora que uma empresa lançou no mercado.


O Congresso, descentralizado em múltiplas salas com diversos temas, recebia contudo a síntese dos debates, numa assembleia permanente em que diversos intervenientes nacionais e internacionais refletiam sobre o novo mundo energético que se avizinha, tal como foi conceptualizado por Jeremy Rifkin. Jean Louis Bousquet, redator e chefe da Revista Plein Soleil, teve um papel bastante dinâmico, conseguindo entrevistas dos principais participantes sobre temáticas de especialidades diversas (energia solar de concentração, convergência das energias renováveis, Europa das regiões na dinâmica do desenvolvimento, solar fotovoltaico e aplicação da dupla pele na bioclimatização dos edifícios, etc.).
André Joffre, membro honorário da Associação Les Amis du Padre Himalaya, diretor geral da empresa TECSOL, orientada para as energias renováveis e ainda presidente da Câmara de Comércio de Perpignan, foi o grande anfitrião deste Congresso, trazendo também a presença do embaixador da China em França que teve uma aclamação de toda a assembleia quando revelou que a China decidira integrar o movimento de luta contra os efeitos de estufa e as mudanças climáticas, criando um contexto novo na urbanização, no uso das energias renováveis e nas ecotecnologias. O referido embaixador afirmou estar credenciado para afirmar que a China seguiria o rumo dum ecodesenvolvimento baseando-se na reciclagem e nas energias renováveis.

Em seguida, André Joffre apresentou Bertrand Picard que é hoje uma personagem mundialmente conhecida cujo carisma e entusiasmo despertaram o mais vivo interesse. Com efeito, veio mostrar-nos a sua experiência na construção de um avião solar que pretende vir a dar a volta ao mundo, depois de já ter efetuado várias viagens de grande sucesso e de impacto mediático.



Foi extremamente importante a realização deste Congresso DERBI 2012 que vem sendo realizado há 7 anos e que, cada vez mais, vai demonstrando a previsibilidade da meta que se impôs de levar a cabo o projeto de Perpignan cidade de energia positiva em 2014.
Isto quer dizer que as forças vivas da cidade de Perpignan estão empenhadas em produzir energia renovável que permita não só a sustentabilidade da cidade como também produza excedentes que fornecem energia para o resto do território francês.
No final do Congresso, André Joffre trouxe até ao stand da Associação francesa Les Amis du Padre Himalaya, o célebre suíço Bertrand Picard, que acabara de fazer uma excelente palestra, para ver a obra do Padre Himalaya nos modelos reduzidos que Amand Darbon construiu e que estiveram expostos neste Congresso.
Assim, André Joffre, Antoine Sanchez, Amand Darbon e eu próprio, pudemos explicar a obra notável do Padre Himalaya, sob o olhar atento e interessado de Bertrand Picard. O nosso amigo cineasta Jacky Solé registou nas sua câmara este momento que aqui mostramos.

Estes acontecimentos ficaram registados na minha memória e uma esperança indelével nasceu dentro de mim, tornando cada vez mais possível que o ano de 2013, em que passam 80 anos sobre a morte do Padre Himalaya, se possa traduzir na realização do atual projeto da construção do forno solar do Padre Himalaya, em tamanho natural, tal como ele o realizou em 1900 e seja erigido no parque já atribuído pela Câmara Municipal de Sorède, assinalando assim mais um marco histórico da energia solar naquele território.
Voltamos a Sorède depois daquele Congresso entusiasmante do DERBI em Perpignan. Vivo agora a nostalgia desta paisagem por onde passou o Padre Himalaya. De longe vislumbro os Montes Alberes onde desponta a montanha sagrada do Canigou, lugar do reencontro, da festa de S. João, de todos os povos catalães dos Pirinéus Orientais. E agora, ao chegar a casa do Antoine e da Marie Sanchez, onde fiquei fraternalmente hospedado durante estes dias, consigo ver ao longe a colina de Ultrera com a pequena ermida onde Himalaya viveu em 1900 e aí instalou o forno solar.
Marie Sanchez mostra-me o blogue que vai fazendo, “Sureda Fa Temps” (http://mary66.vefblog.net), sobre o património destas terras e da sua gente, com imagens nostálgicas, canções tradicionais e textos que contribuem para a memória desta terra e são também testemunho da vivência do Padre Himalaya.
No dia seguinte, Antoine Sanchez leva-me no seu automóvel pela estrada sinuosa que serpenteia entre as colinas do país cátaro, até Carcassone.
Durante esta viagem recordo a amizade de quase vinte anos consolidada entre todos os amigos do Padre Himalaya de França e Portugal pela causa comum da obra do Padre Himalaya que inspirou esta viagem interminável perpetuando a memória do inventor português que desbravou os segredos do Sol.
Por isso, nestes 80 anos que vamos comemorar em 2013, será necessário reunir esforços entre os Amigos de França e Portugal para que uma assinalável comemoração se possa fazer nos dois países.
Quero também registar, nesta proximidade dos 80 anos da morte do Padre Himalaya, a 21 de Dezembro que, em Portugal, mesmo que o ritmo seja mais lento, surgiu, graças ao Diretor do Museu Eduardo Tavares, de São João da Pesqueira, o Dr. Artur Jorge Fernandes Oliveira, uma sala no referido museu, onde está exposto o busto original do Padre Himalaya que serviu de molde para a escultura que se encontra no centro dos Arcos de Valdevez.






Essa escultura é da autoria do grande artista Eduardo Tavares (1918-1991) que ainda jovem recebeu uma bolsa da École Nationale de Beaux Arts de Paris, onde estudou. Mais tarde, já em Portugal, veio a ser professor na Escola Superior de Belas Artes da Universidade do Porto,hoje Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, tornando-se um artista notável. Nos anos cinquenta foi convidado para realizar uma escultura que marcasse nos Arcos de Valdevez a memória do Padre Himalaya. O artista conseguiu, na sua linguagem expressionista, revelar a figura do sábio na expressão bondosa que lhe imprimiu e no olhar profundo que a escultura revela.
Finalmente, refira-se a edição da Revista do Expresso, de 1 de Dezembro de 2012, onde o jornalista Nicolau Santos no seu artigo “50 Razões Para Nos  Orgulharmos de Portugal”, descreve o Padre Himalaya como uma das razões desse orgulho, por termos neste sábio o precursor da ecologia moderna com os seus inventos de energia solar que revolucionaram o paradigma tecnocientífico, abrindo as portas para uma ecotecnologia que cada vez mais sentimos como o futuro da Humanidade.
Seria relevante que nos Arcos de Valdevez se realizasse, no próximo ano, um segundo encontro científico, que agora se justifica ser internacional, sobre este notável sábio arcoense. 
Aqui deixo esta sugestão.

Jacinto Rodrigues
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«Viagem a Sorède (França). O Fio da História do Forno Solar do Padre Himalaya de 1900»

Notícias dos Arcos, 26 de Janeiro 2012


1.      SORÈDE 1900
Em 1899, o Padre Himalaya partiu para Paris. Aí inscreveu-se no Collége de France e prosseguiu as investigações sobre a energia solar que iniciara já há alguns anos em Portugal.

Graças à bolsa de D. Emília Josefina dos Santos, pôde fazer estudos com os melhores cientistas da época.
Em breve registava, em Paris, a patente para o forno solar de altas temperaturas. Apoiado pela Compagnie Parisienne des Missions et Recherches realiza uma primeira experiência em Neully sur Seine, duma máquina solar que construíra em Meudon.
Em Junho de 1900, dirige-se a uma pequena aldeia perdida nos Pirinéus Orientais, Sorède, onde vai experimentar uma nova máquina, melhorada, que constrói na plataforma duma pequena ermida – Castel d’Ultrera-Notre Dame du Chateau.

Aí, o Padre Himalaya conseguiu atrair algumas personagens importantes que o foram visitar, vendo o seu invento.
O Presidente da Câmara era Achille Vassal. Desconfiado fizera um inquérito ao personagem Himalaya que vinha acompanhado pelo Comandante Bazeries. Anti-clerical convicto, Achille Vassal tinha um preconceito em relação ao Padre Louis Coll, monárquico que recebera em sua casa o jovem padre Himalaya. 
O Jornal La Croix des P.O. registou esses acontecimentos e no local da Ermida ficou, até aos nossos dias, a marca da calha onde a máquina solar girava.

2.      UM FIO DA HISTÓRIA QUE NOS CONDUZ À ACTUALIDADE
Foi em 1996 que encontrámos esta marca indelével da presença do Padre Himalaya, que viemos a confirmar com as fotografias da época que levávamos e com as notícias do jornal La Croix des P.O.
Estas confirmações consolidaram-se com uma breve nota que encontramos na Câmara Municipal assim como com os testemunhos da população de Sorède e com os registos de um historiador local, o Senhor Margail, que tinha anotado no seu diário alguns dados históricos e até rumores, propalados na época, sobre a presença do Padre Himalaya em Sorède.
Tudo isto se encontra no nosso livro “A Conspiração Solar do Padre Himalaya” editado em 1999 pela Cooperativa Árvore e está também registado no documentário histórico realizado em 2004 para a RTP “A Utopia do Padre Himalaya” assim como na Exposição sobre a Vida e Obra do Padre Himalaya que organizamos com a colaboração da Cooperativa Árvore.
 A partir de então reiniciou-se um novo ciclo de divulgação da obra científica do Padre Himalaya, em Portugal e no mundo graças ao esforço de todos os que conservaram a memória deste fio da história como o historiador Padre Doutor Avelino Jesus da Costa, o médico laico Dr. José Crespo, que deixou um importante espólio na Biblioteca de Viana do Castelo, a Igreja, Misericórdias, a imprensa, em particular a imprensa local, as associações, câmaras, bibliotecas e todas as pessoas, familiares e amigos que se empenharam em preservar um legado que se tornou já da humanidade.
Em breves linhas relembrarei o congresso que se fez em 2004, nos Arcos de Valdevez, “Primeiras Jornadas sobre a Vida e Obra do Padre Himalaya”, comemoração do centenário da atribuição do Grande Prémio da Exposição Universal de St. Louis, onde estiveram presentes os presidentes da Câmara de Sorède e dos Arcos de Valddevez. A constituição da Association Les Amis du Padre Himalaya de Sorède, em França e também as Jornadas realizadas em 2007, no Canadá onde foi divulgada a obra do Padre Himalaya. Foram muitas as actividades que se foram consolidando até aos dias de hoje. Em França, o professor Darbon, da Associação de Sorède, realizou protótipos baseados nos inventos do Padre Himalaya. Realizaram-se várias viagens da Associação de Sorède a Cendufe, estreitando-se os laços entre estas duas comunidades e não tardou que em Cendufe se constituísse também uma Associação Sócio-Cultural Padre Himalaya.
Relembro ainda que entretanto apareceram obras ficcionais sobre o Padre Himalaya como “O Nicho de S. Tiago” de José Carlos Rodrigues, “L’Ermitage du Soleil” de Helène Legrais e mais recentemente o conto brasileiro “O Sol é que alegra o dia” publicado por João Ventura numa antologia.
A divulgação da obra do padre Himalaya em Portugal, França e por toda a parte prossegue com publicações, conferências, festas do sol, concursos solares como a instituição do prémio solar Himalaya, etc.
3.      SORÈDE 2011
Um novo salto qualitativo está agora a ser desenvolvido neste final de ano.
No centro da vila de Sorède está a ser finalizada a construção da Praça Himalaya.
Em Novembro de 2011 realizou-se a Assembleia Geral da Associação de Sorède, com a presença do Presidente da Câmara de Sorède e da deputada Jacqueline Irles e em que participei.





Nessa Assembleia decidiu-se concretizar o projecto da construção do forno solar do Padre Himalaya de 1900, que ficará num terreno disponibilizado pela Câmara Municipal, defronte das montanhas sagradas do Canigou, nos Pirinéus Orientais, local emblemático da região catalã.


Para a execução da obra vai ser necessário proceder a uma recolha de fundos, para além do apoio assegurado pela União Europeia. Nesse sentido a Associação de Sorède tem vindo a angariar fundos e foi com esse fim que a Associação Sócio-Cultural Padre Himalaya de Cendufe organizou um evento, em Dezembro de 2011, de forma a contribuir para a concretização do referido projecto de Sorède.
Com a realização prevista do forno solar do Padre Himalaya em Sorède, vai-se consolidar uma semente de todo um processo solar que constitui o fio da história do Padre Himalaya nesta região e que hoje está disseminada nas várias vertentes de energia solar que pude visitar, mais uma vez, com os nossos amigos Antoine Sanchez, Amand Darbon, André Joffre e Jean Jacques Serra.

Assim, desde as modernas instalações solares que se vão reproduzindo nesta região e que a breve prazo farão de Perpignan a primeira cidade francesa de energia positiva, percorremos os caminhos onde se situam os fornos solares de Odeillo, de Mont-Louis e de Themis, que mostram que o sonho futurante do Padre Himalaya o levou de humilde habitante de Cendufe à figura de pioneiro universal da energia solar. 


Jacinto Rodrigues

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«Crónicas do jornal “La Croix – P.O.”
sobre o Padre Himalaya em Sorède, no ano de 1900»
Notícias dos Arcos, 19 de Janeiro 2012

Em Julho e Agosto de 1900, o Padre Himalaya viveu numa pequena ermida, a capela de Notre-Dame du Chateau d’Ultrera, no alto duma serrania, perto da aldeia de Sorède. São as pequenas notícias do jornal “La Croix - P.O.” de 1900, sobre esta aldeia e sobre os acontecimentos daquele tempo, que nos permitem seguir os passos do sábio português que aí experimentou a sua invenção – o pyrheliophero ou a máquina solar.
Com efeito, o correspondente deste jornal que noticia os acontecimentos que se passam na aldeia e que é, provavelmente, o Padre Louis Coll, presbítero da freguesia, foi o anfitrião do Padre Himalaya na aldeia francesa de Sorède.




 
Podemos imaginar as extraordinárias emoções que o jovem sábio português aí viveu.
O relator descreve o sacrifício imenso que foi o transporte das peças da máquina solar até ao Col del Bouix. E em homenagem ao gesto titânico daqueles homens e mulheres que ascenderam ao alto do Castel d’Ultrera, o repórter escreve emocionado que a partir daquele dia o Col des Bouix passou a chamar-se Col Himalaya.
“A montagem não conseguiu efectuar-se sem dificuldades. E, mau grado a presença de três operários de Paris (...) foi preciso retocar várias peças deterioradas durante o difícil transbordo. (...) A poderosa máquina, colocada sobre um ponto central, gira por meio de rodas sobre um trilho circular. Mede 5 metros de diâmetro. A armação interior e exterior, verdadeira couraça de ferro, faz-nos lembrar a caixa dum imenso relógio, coroada duma magnífica cúpula.”

O artigo manifesta o segredo à volta da experiência:
“1º - do aparelho devo falar o menos possível. Está colocado num sítio privilegiado para que toda a gente o possa ver.
2º - O inventor é o homem mais bondoso e o mais interessante que se possa imaginar. A sua ciência é extraordinária e universal.”

 
No jornal da semana seguinte, o repórter escreve mais uma vez imbuído de grande admiração:
“Acabo de ter uma longa e interessante conversa com o Padre Himalaya. Este homem é extraordinário. Ele sabe tudo. Falamos de Química e de Física, de Literatura e Linguística, de História e Medicina e tudo o que pode ser mais importante.
Podem todos estar bem felizes de termos um sábio conversador e de podermos, graças a ele, esquecer assim as banalidades da vida quotidiana.
A vossa ermida vai tornar-se um sítio de luz e de calor, uma sucursal do Sol!”.
 Na semana de 19 de Agosto, o jornal relata a caravana científica que vem à capela de Nossa Senhora do Castel d’Ultrera. O repórter informa acerca da presença dos notáveis da região como a família de Lacvivier, d’Elne, o Presidente da Câmara de Saint-André, etc.
“Não se passa um dia sem que um grupo de turistas curiosos venha visitar o maravilhoso aparelho Himalaya (...) Toda a gente leva as melhores lembranças do jovem Padre português que não se cansa de explicar aos interessados o seu prodigioso invento, surpreendendo tudo e todos.”
 Depois das experiências realizadas, um último jornal refere:
“As experiências finais foram feitas com grande satisfação da companhia interessada no aparelho Himalaya que acaba de ser desmontado e levado para Paris. O inventor, seguiu também para a capital francesa. Foram detectados alguns defeitos que prejudicavam o perfeito funcionamento do aparelho. Por isso foi decidido construir outro que será imediatamente utilizado quando for necessário. Os numerosos visitantes que tiveram a coragem e o prazer de subir ao “Col Himalaya” sabem que o objectivo desta nova invenção fundir metais pela acção do calor solar concentrada num cadinho até quinze a dezasseis mil graus. (...) Que Deus e a “Mare de Deu del Castell” tenham sempre e em toda a parte uma santa guarda ao nosso admirável e extraordinário confrade português Padre Himalaya, cuja recordação ficará indelével e reconfortar-nos-á a todos nós.”

Graças a este pequeno jornal local, “La Croix des P.O.” foi possível termos o rasto do sábio arcoense em terras longínquas no início do séc. XX.
Lembro também que, quando comecei a fazer as primeiras investigações sobre o Padre Himalaya, há mais de 30 anos, foi com o Senhor Mário Pinto, pai do actual director do Jornal dos Arcos, que iniciei a leitura dos jornais locais antigos que referiam a figura do Padre Himalaya, guardando para a memória futura a imagem deste sábio.    
  
Jacinto Rodrigues

LETTRE D' ADOLPHE DEMY AU PADRE HIMALAYA (1905)

Paris le  12 février 1905

         C’est avec la plus grande joie, très cher et honoré ami, que je reçois vos charmantes lettres qui me font d’autant plus de plaisir que votre silence nous tourmentait beaucoup !
Dieu soit loué, vous êtes en bonne santé et vous allez être enfin récompensé de toutes vos peines. Moi, je vous ai toujours admiré par d’heureux résultats tant mérités.
         Déjà, l’exposition de Saint Louis où l’appareil a été si bien apprécié et récompensé par le grand prix a du vous causer un grand bonheur, tant le mien que je savoure en vous écrivant est même inexprimable !
A çà oui ! Vous méritez bien cette récompense et j’en suis fier, mon bon ami, et enchanté.
         Certes, je ne vous gronderai pas d’avoir eu la bonté de me désigner à vos côtés, n’y ayant brillé que par le cœur joyeusement, dans toute l’acceptation du mot de me faire avoir la médaille d’argent et ce dont je suis confus de reconnaissance ?
Lorsque vous m’aurez envoyé mon premier diplôme, j’enverrai mes remerciements à qui de droit ?
Mon bon ange, aussi charmé que moi de votre gracieuseté vous adresse également ses félicitations et la reconnaissance auxquelles se joignent celles de plusieurs amis à mes côtés.
         Quand allez vous en tirer partie avec le souvenir éternel scientifiquement gravé pour l’avenir et les gros bénéfices que vous allez en tirer ?
Depuis mon accident de voiture dont je souffre toujours beaucoup, le docteur m’a ordonné encore le midi cet hiver ; mais je m’y refuse ne voulant pas priver mon enfant chéri du palais où il est le père des malheureux, indignés de la dénonciation du Concordat, n’en parlons pas.
         Mon bon ange se joint à moi pour vous dire combien nous vous attendons impatiemment en vous envoyant nos meilleurs sentiments affectueux.
                                                                                                                                                                                    Tout à vous de cœur,
                                                                                                                                                                       Adolphe Demy

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Notícias dos Arcos, 15 Dezembro 2011


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Setembro de 2010 "Les Amis du Padre Himalaya" entre nós

Há já vários anos que existe em Sorède a Associação "Les Amis du Padre Himalaya". Em terras "catalanas", na Ermida de Notre Dame du Chateau, o Padre Himalaya fez, em 1900, as primeiras experiências solares para fins industriais. Nessa época, Sorède era uma aldeia perdida no Pirinéus Orientais, onde o sol radioso aparecia com uma luminosidade singular. Toda esta história, que deixou alguns traços no Jornal "La Croix des P.O." e na família do Padre Coll, foi-se esbatendo ao longo dos anos. Apenas um registo pessoal, dum historiador local, lembrava a existência dum forno solar que um "espião" português construíra no princípio do século. Era o pai de Marie Sanchez que tinha deixado nos seus apontamentos estes dados. Porém, esse mesmo historiador reconhecia que tal informação não passava de um boato pois, na realidade, o espião português era um padre cientista e amigo, como lhe dissera o Padre Badieu que conhecera o Padre Himalaya.
O Padre Himalaya nas Comemorações do Dia da Árvore em 1914, mostrando como o seu explosivo - a Himalayate - podia servir para plantar árvores, naquele terrível ano em que começou a 1ª Grande Guerra (fotografia de Benuliel)

Na década de 90, quando estava a escrever o livro "A Conspiração Solar do Padre Himalaya", fui conhecendo algumas pessoas de Sorède em busca de informações sobre o sábio português que no princípio do século aí estivera. Pouco a pouco foi nascendo uma amizade recíproca e uma interajuda para o melhor conhecimento da vida de Himalaya nessas paragens.
Foi assim que conheci Renné Pujoll, Michel Bouffard e o casal Sanchez (Marie e Antoine). Outros amigos se juntaram a esta vontade de conhecer o estranho sábio português que por ali passara, Amand Darbon, Jackie Solé, André Joffre, Courtois, André e esposa, Dani e esposa etc.
Duma maneira viva e graças à capacidade de organização de Antoine Sanchez, nasceu um grupo que rapidamente se transformou numa Associação organicamente constituída que tem crescido e realizado diversas acções e acontecimentos culturais relacionados com o Padre Himalaya e com a energia solar. O trabalho desta Associação pode ser consultado no blogue http://himalaya.vefblog.net .
O que de mais extraordinário se passou não foi apenas a troca de informações históricas que conseguimos e que permitiu, inclusivamente, a filmagem de cenas para o documentário histórico "A Utopia do Padre Himalaya". Foi a trama de relações afectivas entre portugueses e franceses que se tem estreitado em torno da figura do Padre Himalaya.
Ao longo destes anos fui várias vezes, com alunos e amigos, a Sorède onde a hospitalidade e a amizade foi crescendo. Forjaram-se também laços institucionais entre a Mairie de Sorède e a Câmara Municipal dos Arcos de Valdevez. O Dr. Manuel Branco, arcoense e grande admirador do Padre Himalaya, muito se esforçou para o estabelecimento deste vínculo institucional que teve repercussões várias como a participação de delegações de ambos os países em acontecimentos realizados em Sorède e Arcos de Valdevez.
Participamos conjuntamente, em 2008, nas Comemorações do Dia de Portugal no Canadá, sobre a figura do Padre Himalaya. Nessas comemorações esteve patente não apenas o documentário "Utopia do padre Himalaya" exibido na RTP2 mas também um protótipo funcional construído por Amand Darbon, membro da Associação de Sorède e que é uma réplica, à escala reduzida, do "Pyrheliophero" realizado pelo sábio português, em 1900, naquela aldeia francesa de Sorède.
Todos esses eventos, que temos partilhado, são a expressão profunda de uma amizade crescente que tem vindo a alimentar uma verdadeira fraternidade.

 
Visita à aldeia comunitária do Soajo - os Espigueiros
                                                                                   Os Espigueiros do Soajo

Neste dia de 28 de Setembro de 2010, mais uma viagem dos amigos do Padre Himalaya se realizou até Cendufe, pequena aldeia dos Arcos de Valdevez onde o sábio português nasceu.
E foi na casa da Costa, casa familiar do Padre Himalaya e nas recentes instalações da Associação do Padre Himalaya criada em 2008 em Cendufe, que os 45 elementos da Associação "Les Amis du Padre Himalaya" foram recebidos.

Protótipo movido a energia solar construído numa escola do concelho e que ganhou o prémio do Concurso Padre Himalaya

Foi com muito entusiasmo e alegria que se realizou uma festa em que vimos cruzarem-se simbolicamente danças da Sardenha, da região Catalã de Sorède, com o Vira Minhoto das terras de Valdevez.

Elementos da Associação de Sorède dançando a Sardenha na Associação Sócio-Cultural Padre Himalaya, de Cendufe


A "Association Les Amis du Padre Himalaya", de Sorède, apresentou, no dia 11 de Agosto, em França, o projecto de reconstrução do forno solar do Padre Himalaya, que vai ser construído em Sorède.
É um modelo fidedigno, protótipo funcional, réplica do aparelho construído pelo Padre Himalaya em 1900, em Sorède.

 


Este projecto tem já a aceitação do Presidente da TECSOL, André Joffre.
O protótipo funcional reduzido, realizado pelo professor Amand Darbon, constitui um elemento essencial para a prossecução prática do novo modelo à escala do pireliófero original que também vai funcionar, podendo servir de instrumento pedagógico para escolas e outras instituições para conhecimento da história dos fornos solares.
Esta peça emblemática será o marco para um percurso de energia solar na região dos Pirinéus Orientais onde se instalaram, no seguimento das experi~encias do Padre Himalaya, as grandes hélioestruturas de Mont-Louis, Odeillo e Thémis.


NOTA
Para conhecimento da obra e vida do Padre Himalaya, pode-se obter, através da LX Filmes, o DVD 
 "A Utopia do Padre Himalaya", documentário histórico realizado por Jorge António e baseado no livro de Jacinto Rodrigues "A Conspiração Solar do Padre Himalaya", Ed. Árvore, Porto, 1999.

Jacinto Rodrigues

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Conferência na Reitoria da Universidade do Porto - 10 Th International Conference of the Utopian Studies Society/Europe:

"Padre Himalaya - Um homem à frente do seu tempo", Professor Jacinto Rodrigues


No dia 1 de Julho o Professor Jacinto Rodrigues proferiu uma conferência integrada na "10th International Conference of the Utopian Studies Society/Europe: Far other Worlds and Other Seas" a decorrer no salão nobre da Reitoria da Universidade do Porto até 4 de Julho.


“Father Himalaya: A Man Ahead Of His Time”
University of Porto, 1 July 2009
Jacinto Rodrigues, PhD ,Professor Catedrático

History has revealed many extraordinary men and women who dared to dream of a better world. Among them, we should certainly count the Portuguese thinker Father Himalaya, a multifaceted man, a strong supporter of the civil rights movement, a bold scientist, a pioneer in what came to be termed ecologically-sustained development, and, above all, a man who forged and lived his own utopia.
I. The Man Born in 1868, in Cendufe, a small village in the North of Portugal, Manoel António Gomes soon adopted the nickname devised by his Seminar colleagues – Himalaya –, an enigmatic and meaningful name which combined perfectly with his great ideals and the important scientific breakthroughs in which he was to be the leading protagonist a few years later. Father Himalaya travelled the world. In addition to Portugal, he lived in Germany, France, England, the United States of America and Argentina. His journeys usually aimed at acquiring knowledge and financial support to work on his many projects. Before moving to Paris, in 1899, he lived in the city of Porto and worked as a teacher of Chemistry and Physics. This was an important time for Father Himalaya, who published numerous essays in scientific journals during this period. His interests, his lectures and his writings ranged from Religion to Science, Ecology, Philosophy, Education, and Economics. In 1908, in a Conference held in Viseu, Father Himalaya questioned the causes of the lack of productivity among the Portuguese, a chronically unsolved issue that still inspires many lively debates among our politicians today. In the beginning of the twentieth century, Father Himalaya saw a solution to this problem in Education: "The fundamental problem that the government has to solve in Portugal is to promote the instruction and education of the people under a practical and utilitarian base. Portuguese people must be taught how to work hard and fast in order to produce as much, as good and as cheap as their foreign brothers". (Himalaya 1908, my translation) Father Himalaya argued that it was absolutely necessary to surpass the abyss created between thinkers and workers in Portuguese society. He understood the need to invest in a wide range Education that should enable the new generations to better articulate all facets of life, thereby securing their future well being and happiness. As far as Religion is concerned, Father Himalaya was also a practical and a liberal thinker. In his letters to his brother Gaspar, he reveals much of his progressive thought: "If I was the Pope, I should consult all the Bishops and all the priests and if their answers were what I believe them to be, I should establish the “Libertaz” and allow marriage". (Himalaya 1929, my translation "Only the strike of the Catholic sons, running away from priesthood and deserting the Lord’s vineyard, could open the eyes of those who run the Church and make them see that it is a crime to impose, as a fundamental duty, something that the Lord has only advised as a greater mean to sanctification". (Himalaya 1930, my translation) Not only was Father Himalaya opposed to forced celibacy, but also against other Catholic imposed sacrifices, such as fast days, that, according to him, only drove people away from Catholicism. Furthermore, Father Himalaya always combined his Religious Faith with his belief in Science: "Though the Scriptures are a series of general rational laws according to which it is mandatory to distribute among the poor the excess of richness, it is up to Sociological Science to fulfill that humanitarian precept". (Himalaya 1916, my translation) Scientific knowledge and practice, together with Education, should increasingly lead to the democratisation of all natural resources and, consequently, to a fairest, ecologically sustained and happier world. A daring man, Father Himalaya never hesitated when new scientific challenges arose, and nothing could keep him from participating in his own experiments. Indeed, it was by testing some of his medicines on himself that he became seriously ill and eventually died, in 1933, without finishing his book on the Mechanics of the Universe.
II. The Scientist Father Himalaya was only seventeen when he built a machine that could transform nitrogen – a gas without colour, taste or smell that occurs in large quantities in the earth’s atmosphere –, and increase the fertility of the soil. He didn’t take out a patent for his invention, though, and, a few years later, a German citizen obtained it for a similar machine. Father Himalaya’s interest in plants and their medicinal properties led him to initiate a thorough research on the subject and to create various natural medicines. One of these – the Organic Salts – was successfully commercialised at the time. Father Himalaya was, furthermore, a strenuous critic of Traditional Medicine and the economic games that it fostered. In his annotations to Sebastian Kneipp’s book on water treatments, he observed: "Medicines used in traditional medical treatments (…) have no healing virtues. They are expensive and unknown to both patients and doctors. They are toxic or poisonous and sometimes they are approved by the academies due to the intervention of the money god. Finally, they are created by industrial enterprises ruled solely by the thirst of gold". (Himalaya 1896, my translation) Nonetheless, Father Himalaya’s greatest scientific achievements were yet to come. In 1900, he began his experiments on solar energy in Sorede, France. The Pyrheliophoro was a gigantic solar furnace with equally gigantic lens that received solar energy and transformed it into electricity. After a few failed attempts to keep the first prototypes working, a new machine was built and presented, in 1904, in St. Louis, at the World’s Great Exhibition, the highest exponent of technological sophistication. The enthusiasm of both the visitors and the press was overwhelming. The “New York Times”, the “Sunday Magazine” and the “Republic” all devoted their first pages to Father Himalaya’s engine. An amazed crowd stared at the enormous machine whichoccupied 80 squared meters and reached 3500 Celsius in temperature. When Father Himalaya placed the furnace closer to the refractory focal point, everything melted. Granite and basalt instantly liquefied. The Exhibition Jury awarded Father Himalaya the first prize and the Portuguese scientist forever inscribed his name in the history of renewable energies. Despite this enormous success, the Pyrheliophoro was never commercialised. It was too expensive to be used in Industry and, above all, its principles were contrary to the ruling Economy based on fuel. Still living in the United States, more precisely in Washington, Father Himalaya soon began to work on a new invention. This time, it was an innovative kind of non-polluting explosive that occupied his mind. He called it ‘Himalayite’. It was derived from products of vegetal and mineral origin which were cheap and easy to obtain. This explosive had no warlike purposes. It should be exclusively used in mines and other economic activities. Back in Portugal, Father Himalaya gathered enough support to create one enterprise – the Himalayite Company – which began the production of explosives in 1911. The himalayite cartridges were used in many campaigns of forestation endorsed by Father Himalaya. The explosive was used to make the holes where new trees were planted. In addition to the Pyrheliophoro and the himalayite explosive, Father Himalaya was also the inventor of a direct engine and a turbo-engine; a new type of flour derived from a mixture of small crustaceans and bran; and a recycling sewage system to produce fertilisers. In 1908, he publicly presented a National Plan to decentralise dams and irrigate the whole country through a system of canals. This plan also pointed out the many advantages of using renewable sources of energy. Thus, Father Himalaya inaugurated in Portugal a hundred years ago, the concept of ecologically-sustained development. III. The Visionary In spite of being a Catholic Priest, Father Himalaya didn’t endorse the belief that happiness was something to be achieved after death. Like most utopians, who “practice a politics of everyday life, placing a premium on inventing and describing social arrangements designed to create an environment in which latent capacities for individual happiness can be fulfilled” (Gordon 2005:363), Father Himalaya insisted that humanity possesses all resources to build a better society here and now. It only takes the courage, the energy and the imagination to do it. The time when Utopia was understood as an ideal to be conquered or a perfect place waiting to be found is far gone. Instead, Utopia came to be seen as a drive for continuous transformation. And there is nothing better than the life and work of pioneers like Father Himalaya to illustrate this inner desire to change the world through effective action. Father Himalaya was, indeed, a man of action who struggled to put his ideas, his inventions and his scientific breakthroughs at the service of others. He was also a visionary, who strove to decode Nature’s best hidden secrets, and a holistic thinker whose proposals, briefly summarised in the following lines, remain, almost one century later, undeniably up to date: - sustainable development and a prosperous future depend on the use of solar energy and other renewable forms of energy; - waste should be recycled and turned into agricultural fertiliser; - water should be a public utility, decentralised through irrigation and multiple reservoirs integrated in ecosystems. Biodiversity should be extended to rural and urban areas through forestation; - training and education should foster a closer link between human beings and nature, through farms, gardens, and forests that should increasingly become essential for autonomy and sustainability; - health should be promoted through disease prevention based on healthy food and a healthy life style. Healthy food should not include the eating of any animal. Father Himalaya’s views on this matter were quite clear: “Human beings are currently living on the leftovers of death, that is, on meat and fish; it’s no wonder that they walk steadfastly towards the sinister hand that feeds them” (Himalaya 1908, my translation). Thus, the legacy of Father Himalaya, though still unknown by many, should not be disregarded. It is, in fact, amazing how much of what he envisaged, one century ago, is yet to be done. In 1913, in an interview to the newspaper “O Século”, he identified this Portuguese paradox: an exceptional capacity to dream walking side by side with a provincial inertia. One thing more has to be said about Father Himalaya: his vision was not supported, at the time, because it was not viable, in financial terms. But I believe that we should remember Father Himalaya not because of the machines he invented, but because of the vision that he offered, based on the use of those machines. With his Pyrheliophoro, Father Himalaya hoped that energy would be offered without charge to all the population. This would be but the beginning of a happier time, partly forged by scientific discoveries, partly motivated by the kindness of men.

Jacinto Rodrigues

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4ª Conferência Internacional DERBI 2009 - Perpignan


Decorreu de 11 a 13 de Junho de 2009, a 4ª edição da Conferência Internacional DERBI, no Palácio dos Congressos em Perpignan - França.
A minha impressão pessoal é de que estes encontros têm vindo a consolidar, ao longo destas quatro edições uma estratégia clara para um plano de desenvolvimento de energias renováveis no mediterrâneo.
Esta geoestratégia promove uma solidariedade activa entre os povos da bacia mediterrânica e constitui um espaço para o debate e reflexão sobre o desenvolvimento ecologicamente sustentado.
Esta ideia foi sintetizada no 1º dia, na comunicação apresentada pelo presidente do DERBI, André Joffre.



No 2º dia, as questões relacionadas com a arquitectura levaram a uma compreensão da complementariedade entre a arquitectura tradicional e as inovações tecnológicas.
Assim, o conhecimento aprofundado da arquitectura vernacular (implantação, materiais e sistemas) combinado com as inovações solares, geotérmicas, eólicas e outras, poderá constituir uma linha de força para a construção de ecoedifícios, ecobairros, ecoaldeias, ecovilas e ecocidades.
Os arquitectos e urbanistas presentes na conferência, foram unânimes na necessidade de se apostar em edifícios e cidades de baixo consumo energético, através de meios de "low technology" antes de se realizar a implementação de meios técnicos mais sofisticados.


Assinalamos ainda a importância da articulação entre a energia termosolar e a energia fotovoltaica, que constitui uma inovação científica e que tem vindo a ser experimentada no projecto actual de Themis, gerido pela Tecsol.
Tive também a ocasião de conversar com o responsável pelo forno solar de Mont-Louis, Engenheiro Denis Eudeline (http://www.four-solaire.fr/) que me referiu o trabalho deste forno solar em ligação com a cooperativa de cerâmica SAFI, de Marrocos.


Esta conversa permitiu-me reflectir sobre a complementariedade de múltiplos projectos de energia solar.
Assim, para além da inovação da central solar de Themis, com exigências tecnológicas elevadas, é possível em qualquer país ou região menos favorecida economicamente, construírem-se mini-centrais termosolares, com espelho reflector parabólico, que permitam a utilização de pequenas indústrias de siderurgia (fabrico de utensílios agrícolas), de panificação e de produção de energia.

Pode-se construir este tipo de "fábrica solar" em qualquer aldeia africana, por exemplo, ao preço de custo de uma pequena casa.
Foi particularmente interessante a actividade da Associação dos Amigos do Padre Himalaya de Sorède, promovida pelo seu presidente Antoine Sanchez, que possibilitou uma larga difusão do histórico da energia solar.


O Professor Amand Darbon pôde mostrar os vários protótipos experimentais que construiu, baseados nos aparelhos solares do Padre Himalaya, explicitando assim o seu funcionamento.
Dia 13 de Junho estivemos em casa de Amand Darbon. Mostrou-nos as experiências com novos aparelhos. O David, entusiasmado com as leituras sobre o alquimista Flamel, queria purificar o chumbo derretendo-o mil vezes no aparelho solar…. À terceira fundição já o pedaço de chumbo parecia de ouro!!






No dia 14 de Junho celebrou-se a 4ª Festa do Sol, em Sorède, pela Associação “Les amis du Padre Himalaya”, de Sorède, no local onde o Padre Himalaya construiu o Forno Solar. Fez-se mais uma vez uma homenagem ao sábio português. Os aparelhos do padre Himalaya, construídos por Amand Darbon estiveram também patentes nesta 4ª Festa do Sol.

 



Jacinto Rodrigues

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Entrevista sobre o Padre Himalaya para a TV66 - 2009

Comemoração da Festa do Sol, em Sorède, Domingo 14 de Junho de 2009, pela associação "LES AMIS DU PADRE HIMALAYA". O Padre Himalaya realizou em 1900 uma experiência em Sorède (Pirinéus Orientais) com uma máquina solar para fins industriais. Todos os anos, em Sorède, esta associação realiza uma homenagem a este sábio português. http://himalaya.vefblog.net/

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Palestra e Apresentação do Filme "A Utopia do Padre Himalaya" no Agrupamento Vertical de Escolas de Paços de Ferreira - Junho 2008




                          

O Professor Jacinto Rodrigues fez hoje, 23 de Junho, uma palestra mostrando a actualidade das invenções do Padre Himalaya e a sua importância na aplicação em Portugal:
1. energia solar;
2. energia eólica;
3. energia das marés.
Estas preocupações levaram o sábio português a realizar inventos que são, hoje, essenciais para promover uma mudança do modelo civilizacional.
Nesta actividade, organizada pelo Clube de Protecção Civil e Ambiental do Agrupamento Vertical de Escolas de Paços de Ferreira, foi também feita uma demonstração de modelos reduzidos de fornos solares com a participação dos Engenheiros Armando Herculano, Emídio Gardé e Luís Almeida.
Alguns desses protótipos foram realizados pelos alunos desta Escola.

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3º Congresso Internacional Derbi sobre Energias Renováveis - Perpignan - França - Junho 2008

No dia 5 de Junho de 2008 realizou-se o 3º congresso internacional de energias renováveis - DERBI - no Palácio dos Congressos em Perpignan. Participaram mil congressistas de 30 nacionalidades que integraram vários grupos de trabalho (ateliers temáticos). Cerca de 40 jornalistas franceses e internacionais cobriram o acontecimento.
Na conferência de imprensa, em que participaram elementos do Estado, várias personalidades do ensino universitário e do poder local, revelaram-se cada vez mais os interesses pelas energias renováveis na solução da crise enegética e das mudanças climáticas.
O Presidente do DERBI e Director do Bureau d'Études TECSOL, André Joffre, referiu a importância do urbanismo e da arquitectura, visando soluções de energias renováveis que respondam não apenas à autonomização mas que produzam também energia excedentária para a rede nacional.
Durante 3 dias discutiram-se temas relacionados com as energias solar fotovoltaica, solar térmica, eólica, biomassa e geotérmica.
As conclusões deste congresso podem resumir-se em:
1º O futuro do planeta passa obrigatoriamente pelas energias renováveis;
2º As dificuldades técnicas estão, hoje, ultrapassadas pois as energias renováveis já podem responder cabalmente às necessidades do planeta. Precisam-se apenas de decisões políticas em conformidade;
3º É preciso desenvolver, desde já, cidades e habitats que produzam energia disponível não apenas para as suas necessidades autónomas mas que, suplementarmente, produzam energia para a rede de distribuição nacional e internacional. Perpignan será, em 2015, uma cidade de energia positiva.
O último dia deste congresso foi dedicado à visita de casos concretos. Tivemos ocasião de visitar uma escola, o pólo de infância Claude Simon, em Perpignan, obra da arquitecta Mimi Tjoyas. Esta escola disponibiliza energia eléctrica para a rede, proveniente da energia solar fotovoltaica.






No congresso DERBI esteve também em exposição uma maqueta da "La Maison de Demain".
Vale a pena consultar o site: http://www.avivre.net
Trata-se de uma proposta de habitat para energia positiva que, em breve, será industrializado em larga escala.

Jacinto Rodrigues

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Professor Jacinto Rodrigues em França sobre Padre Himalaya

No dia 5 de Junho o professor Jacinto Rodrigues participou numa entrevista para a televisão francesa sobre o padre Himalaya, os seus inventos e preocupações relativamente à ecologia. Nessa entrevista aparece, em primeiro lugar, o Presidente da Associação "Les Amis du Padre Himalaya", Antoine Sanchez que apresenta a associação e o trabalho que tem vindo a desenvolver. O Professor Jacinto Rodrigues fala sobre a vida do Padre Himalaya. Esta entrevista dada à televisão RTSF foi feita no âmbito da Festa do Sol e do Congresso Internacional de Energias Renováveis que decorreu em Perpignan. Para ver a entrevista basta ir ao site http://vpod.tv/Joffre/504967

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A Vinda da Associação "Les Amis du Padre Himalaya de Sorède" a Portugal, Arcos de Valdevez.  

in Jornal Notícias dos Arcos, Setembro de 2007


A vinda, aos Arcos de Valdevez, da Associação “Les Amis du Padre Himalaya” de Sorède, França com a presença do seu Presidente, o meu grande amigo Antoine Sanchez e 47 associados, revela a importância crescente da amizade e solidariedade que liga as duas comunidades de Sorède e dos Arcos de Valdevez e a contribuição inestimável para o estreitamento das relações entre os dois povos. Hoje, a presença destes amigos reveste-se de um significado relevante. Graças ao Professor Amand Darbon, que realizou um modelo reduzido do Pyrheliophero do Padre Himalaya, vai-se fazer uma experiência que recorda o momento histórico que decorreu há 107 anos na pequena aldeia de Sorède.


O Padre Himalaya, em Agosto de 1900, deu início à sua actividade pioneira na ecologia, através da aplicação da energa solar para fins industriais. Com efeito foi em Sorède, no início do séc. XX, que o Padre Himalaya fez experiências com a máquina a que deu o nome de pyrheliophero. Mais tarde, em 1904, o pyrheliophero, aperfeiçoado e ampliado, vai ganhar um Grand Prix na Exposição Universal de St. Louis, nos E.U.A. Esta minha breve intervenção pretende testemunhar, como cidadão português em permanente contacto com a Associação “Les Amis du Padre Himalaya de Sorède”, a gratidão pelo extraordinário trabalho que esta associação tem feito em prol da divulgação da vida e obra do sábio português Padre Manoel António Gomes Himalaya e da defesa do meio ambiente e das energias renováveis.

Há mais de 12 anos que fui estabelecendo relações de profunda amizade com diversas pessoas de Sorède. Desde o início das investigações para a escrita do meu livro “A Conspiração Solar do Padre Himalaya” e depois para a realização do filme “A Utopia do Padre Himalaya”, fui encontrando a melhor recepção e compreensão . Uma amizade crescente foi-se consolidando com muitas pessoas de Sorède de que apenas citarei as mais próximas como as famílias Sanchez, Daniel, Joffre, Amand Darbon, Cristophe Courtois, Albert, Margail, Pujol, Bouffard e tantos outros. Em 2003, já depois de ter editado o livro, as relações com Sorède estreitaram-se ainda mais. O local onde o pytheliophero funcionara, em 1900, tornou-se um local aprazível e com uma placa comemorativa. Em Junho de 2004, graças especialmente à iniciativa de Antoine Sanchez e de André Joffre, realizou-se a Festa do Sol nesse local. Essa iniciativa foi divulgada no Jornal “Independant” e também com uma entrevista que dei à Revista “Plein Soleil”.
Em Dezembro de 2004, durante a comemoração do centenário do Grand Prix que o Padre Himalaya obteve nos E.U.A., realizou-se nos Arcos de Valdevez um encontro científico e cultural sobre a obra do Padre Himalaya, graças ao apoio do Presidente da Câmara Municipal dos Arcos de Valdevez, Dr. Francisco Araújo e com a colaboração de todos os membros do GEPA (Grupo de Estudos do Património Arcoense). É também de assinalar o apoio dado ao evento, pelo Jornal Notícias dos Arcos, com a presença activa do seu Director Mário Barros Pinto. Estiveram presentes Antoine e Marie Sanchez bem como o Presidente da Câmara de Sorède, Yves Porteix e o Vice-Presidente M. Llong.
Mais tarde, em Agosto de 2005, um grupo de Sorède visitou a casa natal do Padre Himalaya, em Santiago de Cendufe, a Casa da Costa, tendo sido recebidos pela família do Padre Himalaya que mostrou a grande hospitalidade arcoense. Durante essa viagem, sob a iniciativa de Antoine Sanchez, um grupo de participantes decidiu, por unanimidade, criar a Associação “Les Amis du Padre Himalaya de Sorède”, que foi criada em Outubro de 2005.
Desde essa altura que a Associação vem promovendo várias actividades com o objectivo de assinalar a divulgação da vida e obra do Padre Himalaya e a importância das energias renováveis na nossa época. A Revista “Massana” nº 19, Junho de 2006, deu uma grande relevância ao Padre Himalaya e ao trabalho desta Associação. Também a Câmara de Sorède promoveu um encontro cultural em que foram convidados representantes da Câmara Municipal dos Arcos de Valdevez. A convite da Câmara de Sorède e também de André Joffre, da Câmara de Comércio Francesa, realizei uma conferência sobre o Padre Himalaya no Salão Nobre da Câmara de Sorède e ainda no C.N.R.S. (Centro Nacional de Investigação Científica) em Perpignan, onde foi exibido pela 1ª vez o filme legendado em francês e realizado por Jorge António “A Utopia do Padre Himalaya”, baseado no meu livro “A Conspiração Solar do Padre Himalaya”. Em Junho de 2006, realizou-se em Notre Dame du Chateau uma Festa do Sol com mais de 100 participantes, promovida pela Associação “Les Amis du Padre Himalaya de Sorède”. Fui entrevistado por Jacky Solé para a tv 66 francesa. O blog da Associação “Les Amis du Padre Himalaya de Sorède” (http://himalaya.vefblog.net/ ) constitui também um ponto de referência na pesquisa da internet sobre o Padre Himalaya. Várias iniciativas junto de escolas e liceus têm sido desenvolvidas por esta Associação. Foram já realizadas numerosas experiências científicas solares com diversos aparelhos didácticos, mostrando a importância das energias renováveis.


Graças à actividade de Alexandre, Jacques Herisson e Jacky Solé foi dada uma grande contribuição a favor do desenvolvimento ecologicamente sustentável, reforçando o trabalho de André Joffre que com os encontros Derby promoveu uma projecção em França do Padre Himalaya como pioneiro da energia solar nesse país. Também têm sido publicados inúmeros artigos no jornal “Independant” por Antoine Sanchez, sobre as actividades culturais e pedagógica que a Associação tem promovido. É ainda de referir a animação musical introduzida pelo associado e cantor Albert Bueno e a sua música catalana. Em Maio de 2007 foi-lhe atribuído o Prémio Iniciativa Região, pelo dinamismo e qualidade de trabalho desenvolvido pelos 134 associados na divulgação das energias renováveis e na defesa do ambiente. Em Junho esta Associação esteve representada por Antoine e Marie Sanchez e Daniel e Martine, nas Comemorações realizadas no Canadá e que tiveram como tema o Padre Himalaya e o Sol, sendo aí exibido o modelo, em escala reduzida, realizado por Amand Darbon. Não esqueceremos a alegria dos momentos aí vividos, do elo himalaítico que nos uniu a todos os participantes das Comemorações do Padre Himalaya, em especial às famílias do José Carlos Rodrigues, do Eugénio e da Manuela Dacosta e da Linda e do Manuel, que nos acolheram com fraternidade e amizade. Em Julho a Associação projectou o filme “Sur les traces de Himalaya” com um debate e conferência. Em Agosto de 2007 participei numa conferência, em Sorède, organizada por esta Associação, sobre o Padre Himalaya e onde foi também projectado o filme legendado em francês “A Utopia do Padre Himalaya”. É esta a extraordinária actividade dos nossos amigos franceses que queria aqui testemunhar. Quero agradecer e realçar o entusiasmo da presença da Associação dos Amigos do Padre Himalaya de Sorède entre nós. Ela será certamente um estímulo para que nós possamos também corresponder com novas iniciativas no engrandecimento da obra do sábio arcoense Padre Manoel António Gomes Himalaya. Queria também agradecer a Ignácio Acuna, este nosso irmão galego que desde a primeira hora tem vivido a “paixão himalaítica” tendo participado na realização de um mural comemorativo do Padre Himalaya, em 2004, na sede do Agrupamento de Escolas Padre Himalaya, nos Arcos de Valdevez e que hoje também está presente, com uma exposição na Casa das Artes. Quero também expressar uma palavra de agradecimento a toda a família do Padre Himalaya que desde a primeira hora tem sido incansável em toda esta grande fraternidade himalaítica que já ultrapassa fronteiras. Queria ainda agradecer ao senhor Presidente da Câmara Municipal dos Arcos de Valdevez, Dr. Francisco Araújo, pelo apoio dado, mais uma vez, a este acontecimento que hoje aqui se realiza e que permitiu a confraternização na Casa das Artes entre a comunidade de Sorède e dos Arcos de Valdevez.

Jacinto Rodrigues, in Notícias dos Arcos, Setembro de 2007

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Entrevista de Jacinto Rodrigues à TV francesa P.O. sobre o Padre Himalaya, feita por Jacky Solé



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Nas Comemorações do Mês de Portugal no Canadá em 2007



 

10 Junho: Exposição de inventor português quer motivar luso-canadianos Montreal, Canadá 10/06/2007 05:56 (AGÊNCIA LUSA)
Temas: Artes, Cultura e Entretenimento
Montreal, Canadá, 10 Jun (Lusa)
Uma exposição sobre o inventor e cientista português Manuel António Gomes, um dos pioneiros defensores da utilização da energia solar, foi apresentada às comunidades lusas de Gatineau e Montreal, no âmbito das celebrações do Dia de Portugal. Conhecido por Padre Himalaya, Manuel António Gomes foi um sacerdote e cientista português que no início do século XX obteve o Grande Prémio da Exposição Universal de St. Louis, EUA, em 1904, pelo projecto do "Pirelióforo". O "Pirelióforo" é um forno solar de grandes dimensões que constitui um dos primeiros projectos de concentração da energia solar a altas temperaturas, visando aplicação industrial. Para apresentar esta exposição deslocaram-se ao Canadá o prof. Jacinto Rodrigues, da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, e o cineasta Jorge António, respectivamente autor de uma das mais completas biografias sobre a vida e obra do inventor e realizador do filme "The amazing story of Father Himalaya - um pioneiro na energia solar". Em declarações hoje à Lusa, o prof. Jacinto Rodrigues realçou que a mostra no Canadá "pretendeu aumentar a auto-estima no seio da comunidade portuguesa e transmitir aos jovens [luso-descendentes] que há valores e contributos de inventores portugueses que não são de desprezar em relação a sociedades que estão mais avançadas [face à portuguesa]". No entender deste docente universitário, a actualidade dos ensinamentos do Padre Himalaya reside na sua postura visionária "eco-desenvolvimentista", de que as energias renováveis substituirão as energias fósseis (como o petróleo), assim como na utilização das florestas e na defesa de reformas educativas. A exposição do Padre Himalaya no Canadá foi uma iniciativa do Centro Comunitário Português Amigos Unidos, da cidade de Gatineau, junto à capital canadiana Otava. Nascido em 1868 em Cendufe, concelho de Arcos de Valdevez, e falecido em 1933 em Viana do Castelo, Manuel António Gomes registou ao longo da sua vida de cientista várias patentes, entre as quais a do "Pirelióforo", de um novo tipo de explosivo, assim como de algumas relativas à criação de um turbo-motor. José Carlos Rodrigues, um dos responsáveis pela iniciativa, disse à Lusa que um dos desejos da exposição é "criar o movimento ecológico Padre Himalaya junto da comunidade lusa". A exposição esteve patente a 02 e 03 de Junho em Gatineau, integrada na primeira realização do "Mês da Herança Portuguesa" naquela cidade, e a 08 de Junho em Montreal, na "Semana de Portugal", ambas no quadro das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Presente no arranque da primeira celebração do "Mês da Herança Portuguesa em Gatineau, a 01 de Junho, o Embaixador de Portugal no Canadá, João Pedro da Silveira Carvalho manifestou regozijo por esta ter sido " primeira cidade da província da do Quebeque a adoptar o "Mês da Herança Portuguesa", reconhecendo, assim, a importância da Comunidade Portuguesa no desenvolvimento e crescimento de Gatineau e a sua região, bem como o valor acrescentados do seu contributo cultural". "Esperemos que o Governo da Província da Quebeque, que conta com a segunda maior comunidade portuguesa no Canadá, siga este exemplo em 2008", afirmou ainda o diplomata português. Além de Gatineau, desde 2006 que na Colúmbia Britânica - costa pacífica do Canadá - se celebra com carácter oficial o "Mês da Herança Portuguesa", na sequência da declaração do Procurador-Geral e Ministro do Multiculturalismo da província. Também com grandes comunidades lusas, Toronto e Montreal organizam a "Semana de Portugal" com vastos programas de festividades. Este ano, o embaixador de Portugal no Canadá desloca-se a Montreal para assistir à cerimónia do 10 de Junho - Dia de Portugal, organizada pela comunidade portuguesa ali radicada.
EF. Lusa/fim. ------------------------------------------------
Elisa FonsecaNews Correspondent of Lusa in CanadaOffice phone: 450-965-4244Cellphone: 514-926-0998e-mail: efonseca@lusa.pt<mailto:efonseca@lusa.pt>

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Comemorações do Padre Himalaya no Canadá - Junho 2007  

  

Vão-se comemorar no mês de Junho, no Canadá, as invenções solares do padre Himalaya.
O programa pormenorizado pode ser consultado em http://portaouais.tripod.com/id6.html
This conference will be in French, English and Portuguese.
The Father Himalaya Project is a fascinating Conference, Film, Exposition, Dinner and Dance around the theme of the Sun and the Environment.
It will be a Night of Arts, with local Portuguese Canadian artist showing off their paintings, photography, crafts, books, poetry and music.
It will be a night where we show our generosity to the Cancer Society, The Portuguese Speaking Students Association of Ottawa University, and Les Enfants de Espoir de Hull.
Join us for an informative conference with Professor Jacinto Rodrigues, the author of "The Solar Conspiracy of Father Himalaya;" also with Film Director Jorge Antonio for the showing of "The Wonderful Story of Father Himalaya," and discover how a Portuguese catholic priest became the pioneer and the father of solar science.
Musacademia, in colaboration with FC Unidos and Casa will be presenting the Father Himalaya Project on the 2nd of June at Maison du Citoyen in Hull, rue Laurier.
Program Salle de Fette: 11am to 11pm

– Exposition on Father Himalaya and Environmental Technologies
– Exposition of ELCRO the Portuguese Business of the Region
– Exposition of Solar Energy and Renewable Energies Enterprises
– Exposition of our Sponsors
– Exposition of whom we sponsor: Cancer Society, Les Enfants de Espoir, Portuguese Speaking Students Association of Ottawa University

Program at the Agora:
- 5:30pm, Cocktail Reception for the Father Himalaya Project
- 6:30pm, Dinner by Lolachers Catering
- 8pm, Conference by the amazing researcher Jacinto Rodrigues from the University of Porto, Portugal, author of “The Solar Conspiracy of Father Himalaya”
- 9pm, Movie-Documentary “The Amazing Story of Father Himalaya” by film director Jorge Antonio from Portugal
- Other guests speakers still to be announced
- 10:15pm to 2am, Entertainment and dance

The conference will have an extension for workshops on the 3rd of June at Centre Portugais Les Amies Unis 42 Rue Hanson from 1pm to 6pm.
The program will be posted soon...
 Here are some of the ideas: mini solar car race, children's solar furnace expo and contest, environmental short story contest.

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Filme "A Utopia do Padre Himalaya" no site Ecoline



O filme "A Utopia do padre Himalaya" realizado por Jorge António e produzido pela Lx Filmes, baseado no livro do Professor Jacinto Rodrigues "A Conspiração Solar do Padre Himalaya", Ed. Árvore, Porto, 1999 e que foi objecto de trabalho nas primeiras aulas de ecologia urbana de 2006-2007, está agora disponível ao público no interessantíssimo site sobre ecologia:
http://ecoline.ics.ul.pt/ organizado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. 
Acaba também de ser criado, em França, um blog sobre o Padre Himalaya cujo endereço é: http://himalaya.vefblog.net/
Também sobre o Padre Himalaya e sobre o desenvolvimento ecologicamente sustentável, o Professor Jacinto Rodrigues foi entrevistado pela tv francesa dos Pirinéus Orientais: 
Site internet : www.66tv.fr 
Rubrique...Développement Durable Le professeur d'Université de Porto, Jacinto Rodrigues interviewé ( 6mn et 5 mn ) par Jacki Solé, lors de la fète du soleil et de l'association du 11 juin 2006 sur le site des vestiges du four solaire du "Padre Himalaya".


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A Vida e Obra do Padre Himalaya - Artigo Publicado na Revista da SPES (Sociedade Portuguesa Energia Solar) em 2004

Há cem anos, em 1904, um português, natural dos Arcos de Valdevez, o Padre Himalaya, ganhou o Grand Prix na Exposição Universal de St. Louis, nos Estados Unidos da América. Foi o prémio pela invenção e realização de uma máquina solar – o Pyrheliophero! Assim, Portugal entrou há um século na história das energias renováveis. O “New York Thimes”, o “Sunday Magazine” e o “Republic” relataram em páginas de rasgados elogios, o invento do Padre Himalaya. E, a reboque, a imprensa em Portugal também relatou o acontecimento. Na mais importante Exposição Universal até aquele momento, muita gente admirou a grande estrutura de aço onde milhares de espelhos reflectiam a luz do sol para um ponto focal onde se situava o forno solar. O “Pyrheliophero”, era assim que era designada esta gigantesca máquina solar, tinha cerca de 80 metros quadrados e obtinha uma temperatura na ordem dos 3.500º, no forno. Era um enorme reflector em forma de parabólica, com pequenos espelhos de cristal puro, montados engenhosamente na armação de ferro, formando a tal superfície parabólica. As pessoas faziam fila para observarem as experiências do sábio português que, diante de toda aquela gente, derretia granito, basalto e vários metais. Por essa altura, mostrou-se ao mundo que uma poderosa fonte, a energia solar, poderia trazer uma possibilidade enorme de produzir energia gratuita, renovável e não poluitiva. O Padre Himalaya referiu, nalgumas entrevistas que fez, que seria possível a aplicação da máquina solar para produzir força motriz através de caldeiras a vapor. Referiu ainda o uso de altas temperaturas para utilização na siderurgia. E também explicitou que essa energia poderia ser utilizada no fabrico de adubos para a agricultura, através da extracção de nitratos, adubos, pela incidência de altas temperaturas no azoto da atmosfera. Porém, não foi possível dar seguimento consistente à experiência de pioneirismo na utilização da energia solar. Estavam já lançados os fundamentos de uma outra tecnologia, os motores a explosão, cuja energia escolhida nomeadamente pelos grandes monopólios, assentava no petróleo. Assim se perdia uma oportunidade essencial para precaver o esgotamento do planeta, para impedir as contaminações resultantes das poluições globais (marés negras, chuvas ácidas, alterações climatéricas, etc.). Perdia-se sobretudo a possibilidade de um outro tipo de desenvolvimento ecologicamente sustentado, graças a uma energia renovável gratuita e disseminada por toda a parte. Deu-se pois uma espécie de “bloqueamento social”, uma conjugação de factores consolidados em torno dum paradigma mecanicista ainda não disponível para as questões ecológicas e sobretudo pouco consciente das poluições e malefícios que adviriam do uso das energias fósseis. A tecnociência do momento não poderia prever o alcance daquele cientista português que se atrevera a pensar num futuro diferente para a humanidade. Este pioneirismo do padre Himalaya, pouco depois do fogacho daqueles dias da Exposição, encontrou o silêncio, o escárnio e o ostracismo. Aquela máquina esplendorosa, que animou durante uns tempos a Exposição Universal de St. Louis, quedou-se hirta e abandonada. Pouco tempo depois da Feira, foi “depenada” dos seus milhares de espelhos, por uma gatunagem incompreensível. E não tardou a ser removida do terreiro. Até a Universidade a quem o Padre Himalaya ofereceu os despojos do aparelho, não pareceu interessar-se pela continuidade do invento. Simples ostracismo social dum paradigma incompatível com novas propostas ecotecnológicas ou sabotagem das forças que resolutamente viram naquela máquina o fim dos chorudos lucros provenientes do petróleo? Não sabemos. O Padre Himalaya tinha já um projecto de múltiplos aparelhos de dimensões diversas e com objectivos múltiplos. Mas este projecto encontrara a objecção dos conselheiros da banqueira que subvencionara a construção do Pyrheliophero. Podemos reconhecer que aquele protótipo isolado não fosse suficiente para demover um enorme complexo tecnológico e civilizacional já alicerçado em toda a sociedade do princípio do séc. XX. Mas o silêncio e ostracismo sobre as energias renováveis que pairam até hoje, resultam seguramente também das oposições mais profundas: os lucros continuariam a impor-se aos interesses públicos. Foi assim que o Padre Himalaya, sem abandonar as suas pesquisas sobre as energias renováveis teve que reorientar a sua actividade de inventor. Inventou ainda, na América, a himalaíte, uma pólvora com base no clorato de potássio. Da patente deste invento tirou maior proveito. Veio para Portugal e teve alguns apoios financeiros para criar uma empresa, ainda durante a monarquia. A Companhia Himalaíte veio a fixar-se no Barreiro, em Palhais, mas o fabrico da pólvora só começou depois da implantação da República, por volta de 1911. Dos explosivos, o Padre Himalaya fabricou cartuchos de himalaíte e participou activamente numa campanha de arborização do país, aconselhando o uso de explosivos para fazer os furos no solo. O Padre Himalaya veio ainda a ser autor de variadas patentes: um motor directo e um turbomotor, uma farinha alimentar baseada em pequenos crustáceos misturados em farelo e ainda um sistema de reciclagem de esgotos com fins de produção de adubos. Outros eventos estão por esclarecer mas houve quem falasse, na altura, de máquinas militares, canhões, engenhos com explosivos para fazer chover e um "sonar", quando pertenceu a uma comissão de inventos de guerra para apoio aos Aliados, ainda durante a Guerra de 1914 / 1918. A esclerose científica e cultural de Portugal não lhe permitiu realizar muitas das suas "utopias" que expressou ao longo das suas intervenções na Academia de Ciências de Portugal que Teófilo Braga dirigia. Os projectos na Academia de Sciências de Portugal são inúmeros. Vamos apenas realçar algumas linhas essenciais. Já em 4 de Agosto de 1908 o Padre Himalaya apresentava um projecto para um plano nacional, que apontava para uma larga descentralização de açudes, albufeiras e pequenas represas que permitissem, através de canais e sistemas elevatórios simples, irrigar todo o território de Portugal. O Padre Himalaya apontava, já nessa altura, os locais privilegiados da nossa hidrografia para a utilização de barragens hidroeléctricas. Mas o mais interessante é que já nesse texto de 1908 o Padre Himalaya defendia o uso de energias renováveis: a energia das marés, o uso das vagas do oceano e ainda a generalização da energia eólica. Neste plano geral, o padre cientista articulava para o desenvolvimento sustentado do nosso país: agricultura, açudes piscícolas e implantações oficinais, tudo isto apoiado em parte pela produção de energia proveniente do Sol, do vento, da água e da biomassa. Quando, em 1909, tremores de terra sacudiram profundamente a cidade de Lisboa e destruíram as vilas ribatejanas de Samora e Benavente, o Padre Himalaya mostrou-se um conhecedor de vulcanologia e avançou com espantosas intuições: o uso dos "geisers" para futura energia geotérmica. Além disso, propôs a generalização do betão armado, de modo a precaverem-se situações sísmicas. Discorreu sobre os portos de mar, sobre bairros sociais equipados para a população citadina, defendeu o animatógrafo para as campanhas culturais e pedagógicas junto das populações rurais. Apoiou escolas móveis pelo país, para que se generalizasse o conhecimento de novas técnicas e novos processos de cultivo agrícola. Em 1910 apoiou a República e defendeu uma clara e nítida separação do Estado e da Igreja. Numa intervenção, já durante a República, em 21 de Fevereiro de 1911, o Padre Himalaya foi entusiasticamente aplaudido. Teorizou a necessidade de se adaptar o ensino público às condições regionais. Considerou imprescindível a abertura de escolas de artes e ofícios por todo o país, "colónias agrícolas" e "quintas de aprendizado". Em 22 de julho de 1911, fez uma intervenção sobre o problema económico português. Aí desenvolveu, mesmo, aspectos metodológicos sobre "jardins agrícolas, onde as próprias crianças de ambos os sexos (...) aprenderiam o processo de semear, de cultivar e multiplicar as suas propriedades alimentícias, industriais e medicinais". Nesta intervenção, o Padre Himalaya avança alguns pontos que têm grande actualidade e que bem poderiam ajudar a debelar esta crise actual do ensino: "Os jardins escolares agrícolas, junto a escolas, devem obedecer a uma boa conservação e a utilização dos produtos do solo e bem assim como à conservação e reparação dos instrumentos de trabalho". Assim prossegue Himalaya, "a criança nunca perderá o contacto com a mãe Natureza e com a realidade prática(...). O ensino dos liceus deverá ser inspirado nos mesmos princípios (...) e dar-se a primazia ao estudo prático das línguas, das ciências e das artes". Entre 1918 e 1920 trabalhou ligado à Câmara de Lisboa em planos hidrológicos, tendo escrito um texto inédito com muitas propostas que hoje chamaríamos de desenvolvimento ecologicamente sustentado, tendo como base o cooperativismo nacional e regional. O Padre Himalaya voltou à América em 1920 e em 1922, tendo aí visitado centros universitários e numerosas experiências tecnológicas. Investigou ainda jazigos de minérios e fontes termais. Adquiriu conhecimentos sobre energias, tecnologias e hidráulica. Especializou-se em naturopatia, conhecimento que já adquirira quando, ainda jovem, visitou a Alemanha e tomou conhecimento directo dos trabalhos de Kneipp em hidroterapia, plantas medicinais e dietética. Durante alguns anos dedicou-se, filantropicamente, à prática da naturopatia junto das populações carenciadas na Damaia e Amadora onde viveu alguns anos antes de partir para a Argentina. Numa entrevista ao jornal "O Século", Himalaya revela o dramatismo do nosso país: uma potencialidade excepcional de sonho e ao mesmo tempo uma inércia provinciana. Viaja então para a Argentina onde permanece durante seis anos, para escrever um livro sobre cosmologia, novos inventos, explicações científicas das forças da Natureza... Nesse país interessou-se pelas populações autóctones e prosseguiu com investigações na medicina natural. Conhecem-se algumas páginas amareladas pelo tempo, em espanhol, de um manuscrito inacabado. Durante a sua vida percorreu vários países. Depois de ter frequentado os cursos de Sebastian Kneipp na Alemanha, no princípio do seu sacerdócio, foi estudar para Paris. Em 1900 realizou no sul da França, em Sorède, uma experiência solar onde obteve as mais altas temperaturas daquele tempo. Não satisfeito com aquele protótipo, vai realizar mais duas máquinas solares. É com o terceiro pyrhelióphero que embarca para os Estados Unidos da América em 1904 onde participa, como dissemos, na Exposição Universal de St. Louis ganhando o Grande Prémio. Esteve também na Inglaterra, em 1906, onde registou patentes dos seus explosivos. Em 1919 vai a Itália e volta aos Estados Unidos da América em 1920. Após ter regressado a Portugal em 1922, irá em 1927 para a Argentina onde participou em inúmeras investigações sobre a flora e a geologia locais. Voltou da Argentina em 1932. Vinha cansado e doente. Alguns meses depois, a 21 de Dezembro de 1933, morria, com 65 anos, em Viana do Castelo, no Lar da Caridade, onde fora capelão. Apenas um ou outro jornal lembrou, numa magra coluna necrológica, o autor daquela famosa máquina solar que ganhara um Grand Prix na América. Ao longo da sua existência manifestou numerosas vezes uma grande largueza de espírito. Conviveu com republicanos, maçónicos e monárquicos, emitindo sempre uma postura anti-dogmática e um grande respeito pela opinião dos outros. Estabeleceu contacto epistolar com personalidades díspares na cultura e na religião, mostrando uma grande abertura a todas as religiões e afirmando a necessidade de uma igreja mais liberta de preconceitos. Hoje, que se comemoram os 100 anos do prémio que recebeu nos Estados Unidos da América, pela máquina solar – o Pyrheliophero – mais do que recordar nostalgicamente este sábio português, interessa retomar o seu trabalho de pioneiro. Tendo consciência do risco mas sabendo que todos os textos são avaliados pelos contextos, tentarei arriscar uma reinterpretação actual do que penso ser o essencial da sua mensagem para os dias de hoje. Resumirei isso em 7 pontos: Substituir o modelo de crescimento económico pelo desenvolvimento ecologicamente sustentado; Substituir o neo-darwinismo social que grassa na política dos nossos dias pelo cooperativismo e associativismo internacional, nacional e regional. E fomentar assim a solidariedade e cooperação entre os povos, entre os cidadãos, entre a ecotecnosfera e a biosfera; Fomentar fontes energéticas complementares e renováveis de pequena escala e descentralizada (energia solar/energia eólica/energia das ondas e das marés/energia hídrica dos rios/ etc...); Fomentar uma organização territorial com uma malha policêntrica que seja capaz de reciclar localmente os resíduos biodegradáveis duma eco-produção; Desenvolver um sistema profiláctico de saúde em que se integrem a agricultura biológica, a fitoterapia, as medicinas naturais e um modo de vida activo como factores essenciais para uma saúde física e mental; Renaturalizar o planeta pela plantação de árvores que propiciam riqueza para os povos e ajudam a melhorar o clima e ao mesmo tempo organizar um planeamento hidrográfico que permite enriquecer a agricultura; Promover um sistema educativo em que a escola não seja um processo de exclusão mas em que o ensino propiciasse a ligação do trabalho intelectual com o trabalho manual. Em que a natureza estivesse presente ao longo de toda a formação. E também a ecologia e a aprendizagem da solidariedade caminhassem a par e passo com a autonomização social e a liberdade individual. 

Jacinto Rodrigues



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